Bahia
Justiça arquiva inquérito que investigava Jaques Wagner
Publicado
em
A 2ª Vara Federal Criminal da Bahia determinou o arquivamento do inquérito policial que investigava o senador e ex-governador Jaques Wagner (PT) por suspeita de lavagem de dinheiro.
A decisão foi homologada na terça-feira (11), mas só veio a público agora. O Juiz Federal Fábio Moreira Ramiro assinou o arquivamento, seguindo a recomendação do Ministério Público Federal (MPF), que solicitou o encerramento das investigações.
Iniciado em 2018, o inquérito se estendeu por quase sete anos. Ao final das investigações, o MPF concluiu que não havia elementos suficientes para comprovar a materialidade e autoria do crime, após analisar dados da Operação Cartão Vermelho e realizar perícias em dispositivos celulares.
Na decisão, o magistrado ressaltou que a revisão do arquivamento cabe ao próprio MPF, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, o Poder Judiciário pode intervir caso identifique ilegalidade manifesta ou distorção evidente na decisão do Ministério Público. Nesse caso, o juiz não identificou qualquer irregularidade no pedido de arquivamento.
O processo ficará suspenso por 60 dias para avaliação da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF. De acordo com o artigo 18 do Código de Processo Penal e a Súmula 524 do STF, as investigações podem ser reabertas caso surjam novos elementos probatórios.
Em nota, o presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) na Bahia, Éden Valadares, criticou o que classificou como “perseguição política aos petistas” por parte de integrantes da Lava Jato.
“Wagner foi vítima da maior farsa política e fraude jurídica do Brasil. Um processo com evidentes e comprovados vícios, de caráter político, que resultou na ascensão de Moro e Bolsonaro ao poder”, declarou Éden.
O dirigente estadual lamentou ainda a “interferência de interesses políticos no Judiciário para prejudicar e desmoralizar políticos íntegros, como o senador”.
“Quando a política entra no tribunal, a justiça sai pela janela. Infelizmente, foi isso que aconteceu. Wagner foi alvo de uma campanha desonesta por ser uma das principais lideranças do PT na Bahia e no Brasil”, afirmou.
