Marta Nobre, Edição
A Justiça do Trabalho devolveu nesta quinta-feira (7) aos funcionários Caesb o direito de fazer piquete e dificultar a entrada de funcionários nos prédios do órgão, durante a greve que já dura 52 dias. Os funcionários pedem reajuste de 19% em salários e benefícios e redução da jornada.
No dia 1º, o juiz do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) Urgel Ribeiro Pereira havia determinado que o Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto (Sindágua) retirasse os piquetes montados nos parques industriais da Caesb, mantendo distância mínima de 200 metros. A medida foi revogada nesta quinta pelo desembargador Mário Macedo Fernandes Caron.
A Caesb informou que vai recorrer da mudança assim que for notificada. Na decisão mais recente, Caron afirma que o veto às atividades do Sindágua “caracteriza ingerência desproporcional na organização sindical, além de ensejar ofensa ao direito de greve”. Segundo ele, o acesso dos funcionários não pode ser vetado por completo, mas as dificuldades impostas são “a realidade no movimento paredista”.
Nesta quinta, representantes da Caesb e do sindicato se reuniram no TRT para uma nova tentativa de conciliação. Não houve acordo sobre o reajuste salarial, que deve ser decidido pela Justiça do Trabalho em um processo de dissídio coletivo.
O presidente do TRT, desembargador Pedro Luís Vicentin Foltran, determinou a suspensão do dissídio atual até a próxima terça (12), quando o Sindágua deve votar o fim da paralisação em uma nova assembleia. Se a categoria acatar a decisão, os trabalhos serão normalizados até uma decisão judicial definitiva.