Eduardo Monteiro
A Fundação Brasileira de Teatro-FBT, criada por Dulcina de Moraes em 1955 no Rio de Janeiro, transferida para Brasília em 1972, e que teve o Teatro Dulcina inaugurado em 21 de abril de 1980, pode finalmente ver uma luz do fim do túnel – pelo menos é o que espera o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios – MPDFT.
A FBT, que congrega a Faculdade de Artes Dulcina de Moraes e o Centro Cultural, por sua vez composto pelo Teatro Dulcina e Galeria de Artes, vêm penando há anos com sucessivas administrações malsucedidas. Em 2013, após constatar uma série de denúncias de irregularidades na administração da Fundação, o MP resolveu intervir na FBT.
Com a intervenção foram nomeados os administradores judiciais provisórios Marco Antônio Schmitt Hannes e Luiz Francisco de Sousa, com a missão de elaborarem um diagnóstico da situação; promoverem o chamamento para a seleção dos novos conselheiros e manterem o funcionamento da entidade até a posse do conselho designado pelo MP.
O tempo foi passando, e o que era para ser uma passagem rápida durou quase quatro anos, até que no final de janeiro passado, o Juiz da 7ª Vara Civil de Brasília, atendendo a manifestação do MP proferiu o despacho: “…Diante do descumprimento por parte dos administradores provisórios das requisições ministeriais e dos comandos judiciais, bem como pelo fato de adotarem medidas que extrapolaram a sua função, defiro o pedido…”
A nova administradora judicial, Dra. Vanessa Ribeiro, ao tempo em que toma pé da verdadeira situação administrativa, econômica e financeira da FBT, já lançou o Edital de Chamamento Público para o Conselho Curador da Fundação. As inscrições se encerram no próximo dia 03 de março.
Qualquer pessoa pode se candidatar a uma das 12 vagas do Conselho de Curadores da FBT. O cargo não é remunerado e a escolha será feita com base na análise de currículos por parte do MPDFT. As reuniões acontecem a cada dois meses. Só não poderão participar do processo de seleção candidatos que incorram em conflito de interesses com a FBT (devedores, credores, ex-conselheiros, contratantes, seus parentes e demais casos descritos no edital.
Dulcina morreu em 28 de agosto de 1996, aqui em Brasília, na cidade que abraçou. Deixou um acervo fabuloso de valor incalculável, que se encontra nas instalações da FBT. O Prédio da Fundação, é patrimônio histórico, que segundo Jarbas Marques, pesquisador e então diretor do DEPHA-DF, órgão responsável pelo patrimônio cultural do DF, teve o processo de tombamento iniciado a partir de uma carta de autoria da Prefeitura do CONIC.
O teatro, apesar de degradado, é tido por especialistas como um dos melhores de Brasília, e tem a autoria do projeto atribuída a Oscar Niemeyer.
Segundo o promotor de justiça Josué Arão, “o MP não tem medido esforços para designar o quanto antes o Conselho Curador, órgão que terá a missão de ajudar a reformular e modernizar a entidade, reformar e requalificar as instalações, com vistas a recuperar o seu prestígio anterior”.
A comunidade artística do DF espera que a cidade que a atriz escolheu como sua casa, possa retribuir à sua memória um pouco do que a maior dama do teatro brasileiro fez pela arte no Brasil e em Brasília.
SERVIÇO
Edital de chamamento de pessoas interessadas em compor o Conselho da FBT.
Quem pode se candidatar: qualquer cidadão que atenda aos requisitos definidos no Edital.
Prazo para entrega da documentação: 03 de março de 2017.
Local: FBT – SDS Bloco C – nº 30/64 (Faculdade de Artes Dulcina de Moraes) ou 1ª PJFEIS/MPDFT – Zona Cívico-Administrativa Ed. Sede do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios Lote 2.
ACESSE O ARQUIVO COM O EDITAL.