A organização não governamental Justiça Global criticou neste sábado a prisão de ativistas anti copa pela Polícia Civil do Rio de Janeiro em várias partes do país e disse que a ação é um ato arbitrário, com objetivo de reprimir expressões da população, na luta por justiça social.
Em nota, a ONG questiona a expedição dos mandados de prisão na noite de ontem (11) e o cumprimento hoje, véspera da final da Copa. “No dia anterior à final da Copa do Mundo, para quando há um grande ato de rua marcado, detidos e detidas, incluindo duas mães, estão sendo encaminhados para a “Cidade da Polícia”, chegando na caçamba de camburões e sendo retirados sob a mira de fuzis”, relata a entidade.
De acordo com a nota, a transferência dos presos para o Complexo Penitenciário de Bangu pode ocorrer ainda hoje, dia em que a Defensoria Pública, o Legislativo e outros órgãos do Estado “que poderiam atuar contra esta arbitrariedade estão em regime de plantão, dificultando sua atuação”.
Para a Justiça Global, os fatos “evidenciam o propósito único de neutralizar, reprimir e amedrontar aqueles e aquelas que têm feito da presença na rua uma das suas formas de expressão e luta por justiça social”.
As prisões cumpriram mandados expedidos pela 27ª Vara Federal da Capital. Entre os presos, está a a ativista Elisa Quadros Sanzi, a Sininho, que foi detida em Porto Alegre e deve ainda hoje chegar ao Rio de Janeiro, escoltada por policiais civis fluminenses.