Bartô Granja, Edição
A desembargadora Maria de Fátima Rafael, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, determinou, em caráter liminar, que a reunião da CPI da Saúde em que a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, será ouvida sobre denúncias de corrupção no governo, seja aberta.
O pedido do governo foi impetrado na noite desta quarta-feira (20) pelo governo de Brasília, por meio da Procuradoria-Geral do Distrito Federal. O Buriti alegou que os depoimentos em CPI devem ser públicos e que as justificativas apresentadas pela presidente do SindSaúde para que a reunião fosse fechada não encontram base legal.
Os deputados distritais convocaram a sindicalista para comparecer à Câmara Legislativa na manhã desta quinta-feira (21). O vice-governador de Brasília, Renato Santana, foi convidado para prestar esclarecimentos aos parlamentares.
Devido às denúncias, feitas em áudio vazado de Santana com Marli Rodrigues, a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PPS), suspendeu o recesso parlamentar na segunda-feira (18). No mesmo dia, o presidente da CPI da Saúde, Wellington Luiz (PMDB), anunciou a convocação de reunião para terça-feira (19), na qual se acertaram o convite ao vice-governador Renato Santana e a convocação de Marli Rodrigues. Porém, a dirigente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde teve pedido acatado para que fosse ouvida em reunião secreta, somente com a presença de parlamentares.
O vice-governador Renato Santana chegou a se referir à possibilidade de haver irregularidades na Secretaria de Fazenda, mas a apuração feita imediatamente pelo governo não identificou o nome citado por ele no quadro de servidores da pasta. Por isso, o governo de Brasília está solicitando ao vice-governador que oficialize os supostos casos de corrupção de que teria conhecimento, detalhando os nomes dos envolvidos e os respectivos contratos firmados com o governo de Brasília.
O governador Rodrigo Rollemberg decidiu ingressar com uma queixa-crime contra a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, pelas palavras difamatórias com que ela se referiu a ele nas gravações publicadas pela imprensa.
Por orientação de Rollemberg, a Controladoria-Geral do DF tem agido de forma preventiva e, na ocorrência de denúncias, com a rapidez necessária para apurar e evitar possíveis prejuízos aos cofres públicos.