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Justiça manda prender presidente nacional do PR

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Constança Rezende

A Justiça Eleitoral de Campos dos Goytacazes, norte Fluminense, decretou a prisão preventiva de Antônio Carlos Rodrigues, presidente nacional do Partido da República (PR) e ex-ministro dos Transportes, na operação que levou à cadeia Anthony e Rosinha Garotinho nesta quarta-feira, 22. Segundo a denúncia do Ministério Público Eleitoral, ele e Anthony Garotinho, presidente estadual do PR, exerciam poder na condução de estratégias políticas e captação de recursos financeiros, “principalmente para a prática de caixa dois”.

O juiz Glaucenir Silva de Oliveira pediu o afastamento de ambos dos cargos exercidos no PR, para “cessar o perigo da continuidade de suas atividades ilícitas que, entre outras coisas, fraudam o processo eleitoral e as informações obrigatórias a serem prestadas à Justiça Eleitoral, com negativas e graves consequências ao processo eleitoral”.

O juiz também pediu que os diretórios nacional e estadual fossem acionados “com urgência” da decisão. Oliveira argumentou que “é chegado o momento em que a sociedade brasileira clama por realização de Justiça, o que está intimamente ligado a luta contra a corrupção e os desvios do dinheiro público ou privado extorquido para satisfazer interesses pessoais de poderosos”.

“É dever de todos, e especialmente do Poder Judiciário, velar pela observância e manutenção do Estado Democrático de Direito, vez que os poderosos e acostumados a práticas ilícitas devem entender de uma vez por todas que ninguém está acima da lei e que toda transgressão do ordenamento jurídico merece consequências”, disse o juiz.

Além dos dois, foram expedidos mandados de prisão para a mulher de Garotinho, Rosinha Garotinho, Antônio Ribeiro da Silva, Suledil Bernardino, Thiago de Godoy e Fabiano Alonso.

Operação. Os pedidos de prisão de hoje são embasados, principalmente, na delação do empresário André Luiz da Silva Rodrigues, da empresa Ocean Link Solutions Ltda. Ele relatou ao MPE que realizou um contrato simulado com a JBS para que o grupo da família Batista pudesse doar R$ 3 milhões para a campanha do ex-governador.

O empresário também disse aos investigadores que um comparsa de Garotinho, Antônio Carlos Ribeiro da Silva, conhecido como Toninho, seguia e mostrava estar armado para ameaçar os ‘colaboradores’ do esquema. A Justiça classificou o homem, que é ex-policial, como “o braço armado da organização criminosa”. Rodrigues procurou a Polícia Federal para fazer a delação.

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