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Simone e o amor da sua vida

Juvêncio canta mulher errada, no dia errado e na hora errada

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Produção Irene Araújo

Simone, a Sissi, andava tão feliz, que, não raro, conversava até com as paredes, tudo por conta do novo grande amor da sua vida, um gajo que atendia pelo nome de Gilson. Tamanha felicidade, aliás, despertava certa curiosidade, que beirava à inveja, de alguns.

– Mulher, pra que tanta cantoria?

– A vida é bela, Gertrudes!

E lá ia a felizarda desfilar aquele sorriso pelos quatro cantos da repartição. Até o público, que fazia fila, queria porque queria ser atendido por aquela mulher, que exalava simpatia. Isso, aliás, fez com que a inveja se transformasse em ciúme, pois os colegas logo perceberam que a Sissi passou a ganhar alguns mimos da clientela.

Um bombom aqui, um saquinho de biscoitos recheados daqui, até uma caneta personalizada a danada ganhou. Teve até ingresso pra show de artista famoso. Pra quê? A ira tomou conta do ambiente de trabalho.

Os corredores, antes praticamente mudos, passaram a ser palco de altos debates para falar mal da funcionária mais sorridente. Tanto é que o Juvêncio, famoso por tantas conquistas amorosas, se propôs a quebrar o encanto da Sissi pelo namorado.

– Oi, Sissi. Tudo bem contigo?

– Tudo lindo e maravilhoso, Juvêncio.

– Sabe, eu estava pensando em te convidar pra pegar um cineminha hoje depois do expediente.

– Sem chance, Juvêncio!

– Ué, por quê?

– Quem tem um Gilson não troca por ninguém.

– Mas nem por mim, Sissi?

– Amigo, quem tem um Gilson tem tudo!

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