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Kassete de Miranda lembra borduna oral de Juruna

A notoriedade que o deputado Luis Miranda ganhou, talvez jamais tenha sido imaginada nem por ele próprio. Apesar de o motivo do “estrelato” não ser lá dos mais inspiradores – mesmo porque, ainda não são conhecidos todos os motivos que o levaram a denunciar o suposto esquema no Ministério da Saúde , Miranda trouxe um ingrediente novo para tragar o presidente Bolsonaro para o olho do furacão: a prevaricação. No Congresso prevalece a máxima de não se dar nem bom dia àqueles “colegas” que usam do expediente de gravar seus interlocutores, nem que sejam nos poucos momentos “republicanos” do dia a dia da política. O cacique Xavante Mário Juruna, que fez história no Brasil ao se eleger como o primeiro deputado indígena, por vezes, pela maneira de não dominar a construção gramatical clássica da língua portuguesa falada, levou a pecha de um cidadão infantilizado no pensar. Muito pelo contrário, Juruna deu uma grande lição de que as palavras têm poder e necessariamente levam à consequências boas e ruins. Certamente lá na sua aldeia ele nunca tenha precisado usar o gravador, pois por lá uma palavra dita nunca precisou ser dada como não dita. Quase 20 anos se passaram do falecimento do cacique, e nunca foi tão atual sua prática de gravar os “homens brancos do poder”. Não é mesmo “cara pálida” Luis Miranda?

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