A Venezuela rechaçou as afirmações do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que se mostrou favorável a invocar a Carta Democrática Interamericana no caso venezuelano.
A chancelaria venezuelana disse que Kerry pretende com suas declarações “vulnerabilizar a estabilidade democrática” do país. “As declarações do secretário Kerry evidenciam a participação e responsabilidade do governo norte-americano no plano intervencionista e insurrecional contra a democracia na Venezuela, além de alimentar fatores violentos e extremos inconstitucionais para derrubar o governo”, diz o comunicado.
Kerry disse em entrevista à rede CNN e ao jornal Nuevo Herald, de Miami, que “há um estancamento claro na Venezuela, e o presidente (Nicolás) Maduro está simplesmente ignorando a vontade do povo que foi expressada em recentes eleições. Isso é muito perigoso”.
O secretário de Estado se manifestou a favor de invocar a Carta Democrática Interamericana da Organização dos Estados Americanos (OEA) no caso venezuelano, tal como tem sido planejado opositores do país.
A maioria opositora do Congresso anunciou em março que solicitaria ao secretário-geral da OEA, Luis Almagro, a possibilidade de ativar a Carta Democrática contra o governo de Madura diante das sentenças que foram emitidas nos últimos meses no Superior Tribunal de Justiça, que anulou a maioria das leis e decisões do Legislativo alegando que violam a Constituição.
A Venezuela e os Estados Unidos, que estão sem embaixador desde 2010, tem mantido por anos tensas relações.