Um tribunal de apelações da Argentina reabriu, nesta quinta-feira, uma investigação sobre as acusações de que a ex-presidente do país, Cristina Kirchner, e outras autoridades teriam planejado, junto com o Irã, encobrir a participação do país em um ataque à bomba contra um centro judaico em 1994.
A decisão do tribunal federal, publicada online, vem em resposta a um recurso de uma instituição da comunidade judaica em Buenos Aires conhecida como DAIA, quase dois anos após o procurador que entrou com a queixa criminal, Alberto Nisman, ter sido encontrado morto em seu apartamento, com um ferimento causado por uma arma de fogo.
“Esse é um dia significativo”, disse Waldo Wolff, um congressista e ex-vice-presidente do DAIA, ao canal de TV TN Noticias. “A única coisa que pedimos é que o caso seja investigado”.
Cristina deixou o cargo no final do ano passado. Na terça-feira, ela foi indiciada por denúncias de corrupção associadas a projetos de trabalhos públicos em sua província natal, Santa Cruz. No começo do ano, ela foi indiciada acusada de ordenar o banco central a comercializar derivativos de forma ilegal.
Cristina negou qualquer tipo de malfeito, dizendo que os casos tinham motivações políticas. O Irã também já negou envolvimento no ataque à instituição israelita, que deixou 85 mortos e outras centenas de feridos.
Nisman, o ex-procurador, foi encontrado morto em seu apartamento em janeiro de 2015, um dia antes de testemunhar no Congresso sobre as alegações contidas em sua queixa. Os investidores ainda precisam determinar se ele foi assassinado ou se suicidou.