Notibras

Lá em cima, prateada, ela pergunta quantas promessas quebradas a brisa sussurra

No céu, vestida de prata, a lua observa com doce olhar, escuta promessas que o vento arrebata e lhe envia. Escuta suspiros profundos que os amantes, ao ritmo do amor, deixam escapar.

Lá de cima, ela testemunha histórias de amor que chegam e se vão, de abraços e beijos roubados em muitos portões. Vê lágrimas derramadas por lembranças daqueles que se foram e nunca mais voltaram.

Ela olha as ondas do mar, que sussurram para os namorados abraçados, que mentem naquele mágico instante; ela quase grita para o mar os molhar. O vento murmura versos silenciosos que nada dizem a eles; então ele cobre com sua máscara e sopra forte as ondas que os dispersam.

Então, a lua agradece e olha na praça o casal de velhos que seguram a mesma mão desde a mocidade, olhares cansados, mas ainda apaixonados, pois sabem que o tempo é o maior artesão.

Ela olha nas varandas das ruas adormecidas, olha na janela a velha donzela que ainda sonha com um amor, sonha ser amada. A donzela pega na gaveta as velhas cartas guardadas, então chora as noites perdidas, sente o beijo que nunca veio, nunca saiu do velho e amarelo papel.

Ela olha e vê quem sorri, quem chora, quem dança, quem implora. Ela vê quem a olha no céu prateada, dourada, silenciosa; ela brilha nas alturas e inspira com sua ternura.

Quantas promessas quebradas a brisa sussurra? Quantos segredos guarda? Quantos amores cinzas agora vivem num coração?

Então, ela, linda no céu, ilumina sem nenhuma condição toda a terra, todo homem, todo amante apaixonado, pois ela é a musa do poeta.

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