No Dia Nacional de Combate ao Colesterol, comemorado na quinta-feira, 8, muitas pessoas podem já fazer associações negativas em relação ao colesterol, o vilão entre os índices de saúde. Mas essa gordura produzida no fígado exerce um papel importante no organismo e tem seu lado bonzinho.
A molécula faz parte das membranas celulares, dando estabilidade a elas, e é importante na produção de vários hormônios, como a testosterona, o estrógeno e a progesterona. Também contribui na síntese de cortisol e da vitamina D.
Osmar Monte, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP), diz que 70% do colesterol é produzido pelo corpo e os outros 30% são provenientes da ingestão de alimentos de origem animal — única fonte alimentar de colesterol. Porém, a capacidade do organismo de absorvê-lo é limitada a 300 miligramas por dia em um adulto. Se ingerirmos mais do que isso, o restante será eliminado.
Colesterol bom e ruim
O LDL (sigla em inglês para lipoproteína de baixa densidade) é uma proteína que se une ao colesterol para levá-lo às células. É considerado ruim justamente por essa função, porque se houver aumento de sua taxa, mais colesterol (gordura) será encaminhado. “Se deposita nos vasos sanguíneos, dá origem a placas que podem até entupir o vaso”, diz o endocrinologista.
Para equilibrar o processo, o HDL (lipoproteína de alta densidade) tem o papel de retirar o colesterol das células e levá-lo de volta ao fígado para depois ser eliminado. Quando essa proteína está em níveis baixos, consequência de fator genético, há risco aumentado de doença cardiovascular, segundo Monte. Assim, é preciso haver equilíbrio nas taxas de ambas as proteínas.
Para um adulto, o valor normal total de colesterol deve ficar abaixo de 200mg/dl (miligrama por decilitro) e, em crianças, abaixo de 170mg/dl. Porém, quando a taxa total está muito abaixo do esperado, em torno de 30mg/dl a 40mg/dl, aumenta-se o risco de lesão nas membranas celulares, que necessitam do colesterol. O especialista da SBEM-SP fala que tal comprometimento leva a chances de desenvolver câncer.