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E agora?

Lei da corrupção está nas mãos de quem será punido

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Fausto Macedo, Mateus Coutinho e Eduardo Kattah

O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, afirmou nesta quinta-feira, 17, que “a lei está na mão das pessoas que serão punidas (pela operação)”, em referência a parlamentares. Ele disse esperar que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tenha o mesmo entusiasmo que tem para questionar salários do Judiciário para buscar medidas de combate à corrupção.

Para o procurador, a prisão do ex-governador Sérgio Cabral, do PMDB, “é mais um sinal de que a Lava Jato é apartidária”. “Todos que integram o time da Lava Jato não têm qualquer vinculação político-partidária nessa história.”

Sobre as medidas de Renan que são vistas como ofensiva contra o Judiciário, como a criação de uma comissão que vai realizar um pente-fino nos salários acima do teto constitucional, o procurador disse que o Ministério Público Federal apoia a medida, mas pediu o mesmo “entusiasmo” de Renan para outras medidas, como a reforma política.

“O que nos causa estranheza é que as prioridades agora estejam sendo pautadas com uma mira no Judiciário e no Ministério Público, o que nos faz indagar: quais são as intenções e os propósitos reais desses projetos de lei e dessas comissões que estão sendo endossadas pelo presidente do Senado? O que esperamos é que, com o mesmo entusiasmo que ele (Renan) está buscando essas iniciativas (de analisar os supersalários) sejam também buscadas iniciativas de combate à corrupção, de reforma do sistema político, que incentiva hoje a corrupção, e iniciativas para que possamos ter salários inferiores ao limite do Supremo Tribunal Federal”, afirmou Dallagnol.

Ele lembrou que a Procuradoria da República no Distrito Federal já moveu ações questionando irregularidades em vencimentos de servidores do Senado e afirmou que, no seu caso, seu contracheque não ultrapassa o teto.

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