Em pronunciamento no plenário da Câmara Legislativa, o deputado distrital Leandro Grass (PV) fez um apelo para que as discussões sobre o projeto do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB) sejam feitas com responsabilidade e atenção à preservação ambiental. O parlamentar também destacou a necessidade de haver um planejamento urbano de prevenção aos estragos causados pelas chuvas nas regiões da capital.
Para Leandro Grass, o PPCUB, cuja proposta chegou à CLDF na última semana, precisa ser amplamente debatido entre especialistas, representantes da sociedade e parlamentares desta e da próxima legislatura. “Nos últimos anos, vimos um trabalho de varejo deste governo a respeito de questões que atingem a área tombada da capital. Não fizeram uma discussão estruturante sobre o assunto”, criticou. “Peço responsabilidade para que acompanhem esse projeto de forma muito próxima, que passe um bom período sendo discutido, para que não seja tomada nenhuma medida de forma a destituir Brasília de patrimônio da humanidade, que não se perca seu valor urbanístico, ambiental e social”.
O deputado ponderou que o novo plano não deve ser visto sob a ótica conservadora, pois “cidades são para pessoas, não para carros e prédios”, mas afirmou que é necessário evitar que o desenvolvimento sustentável e a manutenção do patrimônio da cidade não sejam desvirtuados. “Brasília é resultado de um sonho, muito se demora para um sonho se concretizar, mas muito pouco se precisa para destrui-lo”, afirmou.
Ao abordar o tema, Leandro Grass também comentou os recentes alagamentos em diversas áreas do DF e a necessidade de haver um planejamento urbano para evitá-los. “Tudo está entrelaçado: as inundações, o desmatamento ilegal, os engarrafamentos, a política urbana e o plano de preservação”, elencou. “O estrago das chuvas é sempre muito previsível, não é porque cai água que necessariamente a cidade tem que ficar inundada, a casa das pessoas serem tomadas e terem prejuízo. Isso é possível de ser evitado”.
O parlamentar destacou que só as obras ligadas à mobilidade não são suficientes para evitar alagamentos. “Acima de tudo, o que precisa ser feito é um forte compromisso de prevenção aos efeitos das mudanças climáticas, é um fato que elas vão provocar impactos na vida humana e das cidades que precisam de alguma maneira serem prevenidos com planejamento urbano e com combate ao desmatamento ilegal e a ocupação irregular do solo”, evidenciou. “A prevenção às mudanças climáticas tem a ver com políticas públicas de ordenamento territorial, habitação, preservação socioambiental, o que não existe no DF hoje.”