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Legalização da maconha alavanca Natal Verde nos Estados Unidos

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A proximidade das datas natalinas se transformou em uma oportunidade para a indústria da maconha recreativa no Colorado de inovar a ampla gama de propostas para esta época do ano.

Para os consumidores da substância, o Natal deste ano não será branco (pela neve) nem vermelho (por Papai Noel), e sim verde, por conta do produto que agora pode ser cultivado e vendido livremente.

O atrativo da data natalina é tão grande, que empresas de todos os tipos ofereceram para as festas de fim de ano diversas opções de presentes, desde joias e adornos com preços irrisórios até viagens luxuosas de “turismo de maconha” para casais que moram fora do Colorado.

Toda essa atividade econômica acontece, apesar de que, pelas leis vigentes, as empresas que se destinam à distribuição de maconha ou produtos associados não podem realizar publicidade e enfrentam diversas restrições quanto à localização de seus negócios, como por exemplo, manter distância de escolas e igrejas.

Essas medidas impostas pela emenda 64, aprovada pela maioria dos eleitores do Colorado em novembro de 2012, não impediu que joalherias incluíssem o formato da erva em suas criações, até mesmo em camisas e sapatos, com imagens relacionadas à planta.

Além disso, hotéis, restaurantes e empresas de transporte cooperam para ajudar turistas a “experimentar” a substância de maneira segura.

Em seu primeiro ano de operações legais, estima-se que a indústria da maconha irá gerar cerca de US$ 800 milhões em vendas e que já empregam de maneira direta ou indireta aproximadamente 100 mil pessoas.

Em Denver já existem mais de 300 estabelecimentos, mais até que uma famosa rede de cafés e de todos os que existem no estado de Washington, onde a maconha também é legal.

As últimas informações indicam que durante as vendas de fim de ano (desde o final de novembro) a nova indústria da maconha legalizada teve tanto sucesso que os donos do Grass Station (uma das principais lojas em Denver) afirmaram em comunicado que este tipo de segmento “já faz parte do setor de vendas durante a época de compras festivas”.

Alguns desses produtos têm preços muito reduzidos, como os enfeites para a árvore de natal em formato de folha de maconha (feitos de plástico), oferecidos pela Urban Outfitters, por apenas US$ 10.

Já o anel do Nylon Shop é vendido por quase US$ 20 com a clássica imagem do rosto sorridente, mas com os olhos substituídos pelas folhas da planta.

Os mais intelectuais e curiosos podem se interessar pelo livro “Marijuana for Everybody” (“Maconha para Todos”, em tradução livre), escrito por Elise McDonough, que escreve há 12 anos sobre o tema e que em 2012 publicou um livro de receitas que fazem uso da erva.

Segundo a informação divulgada por McDonough, o novo livro, vendido a US$17, é o resultado de “décadas de pesquisa” e procura apresentar de uma maneira “definitiva, acessível e divertida” o tema para aqueles que queiram experimentar “as inúmeras formas de alegria que a maconha traz”.

McDonough se graduou na Escola de Artes Visuais de Nova York e se dedicou ao estudo dos benefícios da maconha medicinal e da produção local e ecológica de alimentos em jardins particulares ou comunitários.

Em contrapartida, se enfeites e livros não atraírem, existem inúmeras opções como cremes, perfumes, velas, óleos, chinelos e pijamas que usam cannabis como matéria-prima.

Neste ano em Denver o presente mais caro relacionado ao produto é uma viagem de três dias para duas pessoas. Destinado a “turistas curiosos”, o tour é oferecido pela So Mile High Tour, por “apenas” US$ 38 mil, pouco mais que a renda anual média per capita do estado e similar à receita anual média de gerentes de escritórios.

O tour inclui acomodações em luxuosos hotéis, visitas privadas a empresas, degustação de produtos com maconha e refeições em restaurantes exclusivos. Caso não seja suficiente, o casal viajará outra vez em um jato privado, sem a necessidade de passar pelos frequentes controles de segurança nos aeroportos comerciais.

Os presentes natalinos também incluem produtos mais comuns, como luzes para fazer a maconha crescer, viveiros portáteis e terrenos para o cultivo comercial da planta.

De fato, alguns desses terrenos podem ser conseguidos a bons preços no sul do estado, onde até agora só há arbustos e insetos. Segundo as autoridades locais, “em breve haverá milhares de metros quadrados de produção científica de baixo custo de cannabis”.

“Mostramos ao mundo que é possível comprar e vender maconha sem nenhum problema e de maneira civilizada”, afirmou o diretor-executivo do Marijuana Industry Group, Mike Elliott.

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