Secando a Lava Jato
Corrupção racha Congresso. Uns querem, outros não
Publicado
emCláudio Coletti
Dois movimentos, totalmente antagônicos, ganham força no atual cenário da política nacional.
Um deles tenta aprovar uma série de medidas para combater a corrupção e a impunidade dos políticos “ficha suja” e também acabar com o foro privilegiado, direito constitucional dos deputados, senadores e altas autoridades.
Na contramão, outro movimento político procura sabotar as investigações da Operação Lava Jato e minar as decisões do juiz federal Sergio Moro.
Ambos os lados têm fortes lideranças políticas. Certamente, contaminarão o andamento dos trabalhos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, neste final de ano.
As propostas para combater a corrupção foram apresentadas ao Congresso Nacional pelo Ministério Público Federal, apoiado por 2 milhões de assinaturas de todas as regiões do país. Essas propostas estão sendo debatidas numa comissão especial instalada na Câmara. Há previsão de serem votadas no plenário em 9 de dezembro, Dia Mundial de Combate à Corrupção.
No lado oposto, as ações pró-corrupção são orquestradas por quase uma centena de deputados, senadores, lobistas, ex e atuais ministros. Todos eles estão enroscados em dezenas de processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal e em Curitiba, na 13ª Vara Federal. Todos eles, beneficiários das roubalheiras milionárias ocorridas na Petrobras e em setores diversos do governo federal.
Na ofensiva “a favor” da corrupção eles querem: a aprovação de medidas que proíbam pessoas presas de fazer delação premiada, exigem que o delator seja “ficha limpa”, anulação dos processos que tenham vazamento, tornar menos rigoroso o acordo de leniência, acabar com o crime de caixa dois, liberar jogos de azar que possam facilitar a lavagem de dinheiro, ampliar as regras de impunibilidade de parlamentares e conceder aos ex-presidentes da República foro privilegiado.