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Lei deve ser aplicada para evitar novos atos terroristas

Levada durante os atos de vandalismo no edifício-sede do Supremo Tribunal Federal (STF) no último domingo (8), a réplica da Constituição Federal de 1988 que ficava em exposição no Salão Branco é devolvida à Corte

Tenho certeza de que as cenas de golpistas tomando as sedes dos Três Poderes da República foram tão estarrecedoras pra você quanto foram pra mim. E escrevo novamente, agora com o sangue quente e um forte sentimento de revolta.

Há muitos responsáveis pela situação chocante que vimos, e um deles é uma velha conhecida dos brasileiros: a impunidade. Vi alguém escrevendo no Twitter que se Bolsonaro tivesse sido punido por ter homenageado um torturador enquanto votava pelo Impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, nossa História recente teria sido bem diferente.

Se os responsáveis pelos muitos atos de caráter golpista e anti-democrático que pipocaram durante os últimos quatro anos tivessem sido punidos, a História teria sido diferente. Se os responsáveis pelos bloqueios golpistas em estradas logo após a eleição de 2022 tivessem sido punidos, a História teria sido diferente. Se o ex-Ministro da Justiça de Bolsonaro não tivesse sido presenteado com o cargo de Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, a História teria sido diferente.

Se os responsáveis pelas inúmeras atrocidades cometidas pelo governo Bolsonaro forem punidos, a História daqui pra frente poderá ser diferente. Ainda dá tempo de investigar os crimes que ele e seus colegas cometeram quando tinham o Estado brasileiro nas mãos. E não podemos deixar essa oportunidade passar. Tem que ser agora.

Em 2023, a Pública está comprometida a documentar esses crimes. Primeiro porque os brasileiros merecem ser informados sobre isso. Mas também para que os responsáveis não fiquem impunes e não voltem ao poder nas eleições de 2024 e 2026. As cenas mostram que isso é uma possibilidade real.

A tentativa de golpe que vimos em Brasília, aliás, vem sendo gestada há tempos pelos bolsonaristas. Ela prosperou com a ausência de ações do Ministério da Justiça, a anuência do Exército e o uso desenfreado da máquina pública para apoiar o discurso golpista. Nós também queremos desvendar como essa construção foi feita pelo governo Bolsonaro e como isso desembocou nas invasões. Inclusive, já estamos apurando e fazendo pedidos com base na Lei de Acesso à Informação para entender o que foi feito e o que deixou de ser feito.

Nossa equipe corre para investigar essa história. Revelamos que o código “Festa da Selma” foi usado por bolsonaristas para coordenar os atos terroristas nas redes sociais nos últimos dias. Falamos também com o jurista Roberto Dias, para entender o que pode acontecer com os golpistas presos por terem participado dos atos. Que tudo isso se repita, jamais.

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