Pesquisas são uma fotografia. Captam o momento. No caso de Brasília, estão captando até a sombra do momento. E no afã de sondar a verdade que se esconde por trás dos envelhecidos sulcos da política oligárquica do Distrito Federal – onde tudo ainda é Roriz ou anti-Roriz, azul ou encarnado –, Eliana Pedrosa (Pros), com seu jeito de freira visitando uma feira, vai liderando as pesquisas para Palácio do Buriti.
Estarão certos os diversos institutos de pesquisas, que cada vez mais abundam, cada um com seu jornal ou site? O fato é que Eliana está sabendo olhar profundamente nos olhos do povão. É mestra em saber fitar os olhos do povo descompensado com a frieza do distante Rodrigo Rollemberg (PSB) e de outros candidatos complicados como Alberto Fraga (DEM) e Rogério Rosso (PSD) –, embora ela mesma tenha lá suas complicações.
O povo quer afago, nem que seja de freira. O marketing dela é suave como um fim de feira. É improvável haver em 23 dias retrocesso na posição de Eliana Pedrosa. O adversário dela no segundo turno poderá advir de quem será o menos vulnerável ao esfacelamento do bloco da direita, ocorrido desde o dia em que Jofran Frejat (PR) resolveu ficar em casa com os netinhos.
Porém, a tentativa de esfacelamento começou. Foi nesta quinta, 13. Tentaram fazer de Eliana Pedrosa, líder em todas as pesquisas, a carniça para saciar a fome de votos que atormenta outros candidatos. “Ela quer fazer mais estádios”, ironizaram, numa reação sem propósito ao anúncio de erguer espaços esportivos em ao menos duas cidades-satélites do Distrito Federal.
Tentaram pegar no pé da candidata. Associaram mini estádios ao celeiro de corrupção que é o Mané Garrincha. Mas ninguém procurou ouvir de Eliana Pedrosa os detalhes sobre esses novos espaços. Estão lá, no programa de Governo dela. Como também está lá a continuidade do processo de privatização do ‘elefante branco’ que esvaziou os cofres do Governo e encheu as contas dos governantes à época da sua construção.
O que Eliana Pedrosa se propõe fazer é cumprir a legislação. E esse texto legal tem número. É a Lei Distrital 950, assinada pelo então governador Cristovam Buarque. Como não foi revogada, está vigorando. E lei foi feita para ser cumprida. E sendo cumprida por Eliana, as ligas amadoras de todas as regiões administrativas terão direito ao seu espaço para atividades esportivas.
O certo é que, na tentativa de desconstruir a imagem de Eliana Pedrosa, atacaram o compromisso de erguer esses pequenos estádios. Mas poucos lembraram a garantia da candidata de mudar radicalmente a assistência à saúde. “O que vamos fazer é acabar com as filas de cirurgia, acabar com as filas de exames e entregar remédios. Isso nós vamos fazer”, disse a representante do Pros na corrida ao Buriti. Como também disse que, com ela no governo, Brasília terá mais segurança, mais escolas, mais transportes. E mais cidadania.
“Quero fazer estádio, sim, mas quero, antes, fazer hospitais, quero reformar as escolas, quero construir creches. Vamos mostrar que temos capacidade de fazer isso. A minha história é uma história de trabalho e realização”, sustentou, lembrando que o Distrito Federal tem dinheiro que, se for bem aplicado, atende as necessidades da população.
Mas, voltando às pesquisas. Eliana disparou. E virou, consequentemente, alvo dos adversários que vivem aos frangalhos. A candidatura dela fica cada vez mais cristalizada. A suavidade com que ela fala com o povo a coloca como herdeira mais próxima da cadeira número 1 do Buriti. Como já foi escrito aqui que Eliana Pedrosa é ‘Pedra 90’, que ela cumpre a lei e manda cumprir, tem meio caminho andado. Portanto, se é ‘para o bem do povo e felicidade geral (da capital)’, que ela continue assim. E, se eleita, cumpra a lei.