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Doar é ato de amor

Leite humano é alimento para nutrir e proteger recém-nascidos

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Autor/Imagem:
Carolina Paiva, Edição - Foto Divulgação

Geovanna Duarte acredita que nada é por acaso. Nascida com 34 semanas de gestação e apenas 1.245 gramas, ela recebeu leite humano – o alimento mais importante para as necessidades nutricionais e a proteção imunológica de recém-nascidos – distribuído pelo Banco de Leite Humano (BLH) do Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Hoje com 26 anos, enquanto faz residência em fonoaudiologia, Geovanna reconhece a importância que o ato teve para a vida dela e retribui diretamente, com o trabalho na área de motricidade orofacial para o aleitamento de bebês que têm dificuldades de sucção e deglutição.

Em evento promovido pelo BLH do Hospital Regional de Planaltina (HRP) na sexta-feira (24), na tenda do Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde (Cerpis), Geovanna agradeceu às mães doadoras da unidade pelo gesto de amor. “Às vezes, vocês não têm noção da importância que tem o leite que doam, mas sou a prova viva disso. Cada gotinha que recebi foi fundamental para que eu crescesse de forma saudável”, declarou às mais de 60 doadoras que contribuem para a manutenção do estoque da unidade em 2024.

Vida em cada gotaNo dia 19 de maio é celebrado o Dia Mundial da Doação de Leite Humano. A data é marcada por ações que buscam sensibilizar a sociedade para a promoção e a proteção do aleitamento materno e da doação de leite humano. O encontro entre mães doadoras, familiares de bebês receptores e profissionais da rede de BLH do DF, além de apresentar instruções práticas a gestantes e doadoras, enfatizou a relevância de cada um dos atores desta importante rede de generosidade e vida.

Enquanto amamentava o primeiro filho, Isaac Fernandes, hoje com 7 anos, Laizza Trindade doava o excesso de leite produzido com a alegria e a convicção de quem imaginava o valor do gesto para a saúde de outras crianças. No entanto, apenas quando viu o segundo filho, Miguel Fernandes, ser amamentado por seringa com 4 mililitros de leite humano a cada três horas, foi capaz de compreender o verdadeiro significado de cada gota oferecida ao recém-nascido.

O bebê ficou internado por 18 dias na UTI neonatal após ser reanimado ao nascer prematuramente devido a um quadro de pré-eclâmpsia – relacionado ao aumento da pressão arterial da gestante.

Hoje, três meses após dar à luz o caçula, a moradora de Planaltina empenha-se em seguir doando ao menos um litro de leite quinzenalmente à equipe do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) que realiza a coleta na própria casa dela. “A gente tira tão pouquinho e acha que não vai ter nenhuma serventia… Mas serve, sim! Com aquele único vidro que eu doo, agora sei que consigo alimentar dezenas de bebês”, enfatiza com orgulho.

Rede de BLH
O Banco de Leite do HRP tem 62 doadoras ativas. De janeiro a março de 2024, foram coletados 164 litros de leite humano. Durante esse período, quase 300 bebês foram beneficiados com o alimento coletado, processado e distribuído pela unidade, que também presta auxílio às mães que têm dúvidas ou dificuldades para amamentar.

O DF conta atualmente com 14 bancos de leite. Todas as unidades têm equipes multiprofissionais e servidores capacitados na área de aleitamento materno. Para doar, o cadastro pode ser feito por meio do telefone 160 (opção 4) ou no site Amamenta Brasília.

Além do envio de todas as orientações, uma equipe do Corpo de Bombeiros vai à residência da doadora deixar o kit e, posteriormente, buscar os vidros cheios, sem a necessidade de deslocamento aos postos de coleta.

Os bancos de leite de Brasília são classificados como referência nacional pelo Ministério da Saúde, além de possuir padrão ouro pelo Programa Internacional Ibero-Americano de Bancos de Leite Humano.

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