Um estudo liderado por cientistas da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, revelou nesta terça-feira (26) que as quatro ovelhas clonadas a partir do mesmo material genético que a famosa Dolly estão envelhecendo de forma saudável.
Debbie, Denise, Dianna e Daisy, conhecidas como as “Dollys de Nottingham”, fazem parte de um grupo de 13 ovelhas com idades entre 7 e 9 anos que foram concebidas em laboratório e monitoradas por uma equipe de cientistas da Universidade de Nottingham.
Os quatro animais foram criados por meio de material genético procedente da mesma linha celular de glândulas mamárias que Dolly, o que as transforma em termos práticos em clones da célebre ovelha.
No último dia 5 de julho, se completou 20 anos do nascimento da ovelha Dolly, o primeiro mamífero clonado a partir de uma célula adula e um dos feitos mais celebrados no campo da pesquisa genética.
A famosa ovelha morreu em 14 de fevereiro de 2003 aos seis anos de idade, após ter contraído uma infecção pulmonar. Além disso, sofria de artroses, o que levou a comunidade científica a pensar que os animais clonados envelheciam mais rápido ou não cresciam em condições de saúde tão boas como os concebidos naturalmente.
No entanto, após os pesquisadores realizarem avaliações do aparelho locomotor e do sistema metabólico das novas ovelhas, concluíram que algumas sofrem de artroses leves ou moderadas, mas que nenhuma precisa de tratamento para a doença.
O professor Kevin Sinclair, da Universidade de Nottingham, autor da primeira pesquisa a longo prazo sobre o estado de saúde de animais clonados de grande porte, expressou satisfação pelos resultados. “Após os exames de tolerância à glicose, sensibilidade à insulina e pressão sanguínea, notamos que nossos clones, levando em conta sua idade, têm boa saúde”, afirmou.
Sinclair indicou que o sistema de clonagem SCNT (Transferência Nuclear de Células Somáticas, na sigla em inglês), pelo qual Dolly e as quatro ovelhas foram criadas, ainda tem uma eficiência baixa. “Estamos realizando melhoras neste método que poderão derivar no uso do SCNT para gerar células-tronco para fins terapêuticos em humanos e também para criar animais transgênicos férteis e produtivos”, explicou.