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O candidato

Lembra do Reguffe distrital? Frazão é aluno Nota 10

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Autor/Imagem:
Antônio Albuquerque

Novo na política, novo na vida e o Novo como partido. Incansável, mas de boa. Com novos amigos – quem sabe futuros eleitores -, em mesas onde há cerveja, refrigerante, café. E um papo agradável, rápido de quem está em campanha por uma das 24 cadeiras na Câmara Legislativa.

O nome dele é Frazão – assim registrado no Tribunal Regional Eleitoral. 0 Número, 30.888. A idade, em torno dos 23, 25 anos. Uma conversa breve mostra que se trata de um jovem culto e inteligente.  Não é à toa que tem diplomas na área da Comunicação Social, com especialidade em Publicidade, e da Tecnologia da Informação.

Frazão apareceu na noite desta quinta-feira, 23, nos bares e cafés de Águas Claras. Um verdadeiro cavalheiro ao abordar quem ocupava mesas. “Permitam-me apresentar-me. Coisa rápida. Apenas para deixar um panfleto’, diz, em tom doce. Recusa uma cadeira. E se desculpa: “Há muita gente para conhecer. Minha meta hoje é distribuir mil panfletos”.

O candidato contagia com seu entusiasmo. Otimista, apresenta uma plataforma política que, se realizada, pode transformar Brasília em um Paraíso. Mas para isso ele precisa estar na Câmara Legislativa no próximo ano. A tarefa é árdua, ele sabe. Mesmo porque, o seu partido, novo no nome e em um meio onde velhas raposas costumam ter a chave do galinheiro não medem esforços para manter sua hegemonia.

A conversa que seria rápida, agrada. E se arrasta por mais de 30 minutos. Frazão cede, senta na cadeira indicada, beberica uns goles de café expresso. E diz por que se candidatou. “É hora de aproveitar os bons ventos e buscar as mudanças que a sociedade espera de todos nós”, sublinha, sempre eufórico.

Sua plataforma tem novidades. Mas também apresenta muitas coisas prometidas por outros políticos que não passaram de promessas. Frazão abraça,. por exemplo, uma velha tesde do senador Antônio Reguffe (sem partido) em defesa de uma reforma tributária com redução e simplificação de impostos.

O caminho de uma política nova passa por uma Câmara Mais Barata, defende. Isso é possível com cortes de cargos que são “cabides de emprego”. Frazão bate na tecla da simplificação dos impostos distritais (hoje ITCMD, ICMS, IPVA, IPTU, ITBI, ISS), que seria feita de acordo com o que fosse possível economizar.

A teoria dá o que pensar. Assim que fosse possível economizar o equivalente à renda de um dos impostos, explica o candidato, esse seria “zerado”, estimulando a economia e consequentemente aumentando a arrecadação dos demais impostos, gerando um ciclo virtuoso de redução de impostos e melhoria na situação econômica do Distrito Federal.

Se eleito – e pelo trabalho de formiguinha que vem fazendo, conquistando simpatias e tapinhas nas costas nada indica o contrário -, Frazão fala de mais temas. Como a desburocratização da atividade empresarial, com foco no aumento das vagas de emprego. Também sinaliza com a revogação de leis que desestimulam o crescimento industrial, comercial e empresarial sustentáveis resultando em redução de empregos; ou ainda, que garantem reservas de mercado e desestimulam a concorrência.

A criação de micro e pequenas empresas, que embora gerem poucos empregos individualmente, enfatiza Frazão, pode ser usada em larga escala para estimular a economia e a geração de empregos. Mas, o problema – reconhece -, é que o micro e pequeno empresário é inexperiente e possui pouco suporte (por ter poucos funcionários) e geralmente se perde em meio à burocracia.

– Aí entra o uso de tecnologia com o sistema de “passo-a-passo” combinado com certificação digital. Usando esse modelo, rapidamente é possível executar toda a burocracia sem necessidade de autenticação cartorial. Eu tenho que combater vários interesses de burocratas que ganham rios de dinheiro com processos e espero ter apoio do povo para isso, diz, em forma de apelo eleitoral.

Mas Frazão vai além. Também sugere corte de benefícios para políticos e redução geral nos limites máximos de gabinete. Essa é uma antiga e vitoriosa bandeira de Reguffe desde a época em que era deputado distrital.

“Alguém tem que continuar o trabalho que foi deixado ‘parado’ por todos esses anos. A receita é simples: convencer os parlamentares a trocar benefícios por popularidade. Ataque um pequeno benefício que parece que não vai fazer falta de cada vez e aos poucos a política vai sendo limpa. Vou começar abrindo mão dos meus benefícios e reduzindo meu gabinete para gerar pressão e vamos ver se a estratégia funciona”, pondera Frazão.

Veja mais itens da sua plataforma de campanha:

Autonomia policial – Esse é o projeto mais complexo de ser implementado no meu plano legislativo. As leis que estruturam a PMDF e a PCDF são de nível federal e, portanto, não podem ser alteradas por um deputado distrital. Mas algumas coisas ainda podem ser feitas. Com o apoio do Governador (e isso depende de qual Governador vai ser eleito) é possível criar uma lei que faça uma pré seleção dos indicados para comandar tanto a PMDF quanto a PCDF. Isso reduzirá a politicagem na polícia e possui grandes chances de aumentar os resultados. Outra questão é integração dos dados de ambas as instituições e da melhoria do processo seletivo tendo foco em prova de títulos em vez de prova escrita (que se manteria, porém de forma eliminatória e não classificatória).

Fim dos crimes políticos – Fiscalizar e reprimir, por meio de CPIs quando necessário, atuações criminosos no meio político, e, em caso de omissão dos responsáveis, também na sociedade. Essa é minha parte favorita. Trabalhei muito tempo desenvolvendo tecnologia para investigar corrupção e o crime organizado, mas a realidade é mais complexa que a teoria. Precisamos urgentemente fazer uma faxina no Estado. Só que pra isso vou precisar de muito apoio e pressão popular. Espero que eu consiga.

Revogar leis que interferem na vida privada – Hoje, quando a população está cansada de esperar o governo e tenta resolver ela mesma os problemas, muitas vezes ocorrem intervenções estatais seguidas de pilhas de burocracia. O objetivo é facilitar a participação popular na construção e manutenção da cidade. Uma estrada de terra poderá ser asfaltada com dinheiro de doações em uma construção supervisionada pela população após autorizada pelo governo com o mínimo de burocracia. O mesmo pode ser aplicado para construção de redes de esgoto, energia e etc… O governo não deve apenas trabalhar para a população mas também com a população.

Saúde, segurança e educação – Aqui em Brasília temos vários gastos com questões que não são emergenciais para a sociedade. Temos vários parques públicos, teatros públicos, museus públicos… Não podemos investir nisso enquanto temos crianças sem educação básica e pessoas morrendo nas filas dos hospitais. Também não podemos abandonar essas questões e deixar os prédios envelhecerem e desabarem. A melhor solução é ceder o que não é essencial para a gestão privada (mesmo que de forma temporária) assim a exploração comercial do espaço preservará o bem do Estado enquanto os impostos serão investidos em questões emergenciais.

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