Algumas lendas existem para nos mostrar qual a real importância da vida e dos acontecimentos contidos nela, nos ensinar importantes lições e, principalmente, nos alertar para padrões que seguimos e nem sempre nos damos conta. Esse também é o caso de uma lenda oriental conhecida como “A lenda da linha vermelha”.
Ela surgiu há milhares de anos, quando se acreditava que todos nasciam com uma linha vermelha atada a seu dedo que seria ligada a outra pessoa. Independentemente da distância e do tempo, essa linha estaria sempre conectada com a pessoa que você está destinada a conhecer, como se fosse sua alma gêmea ou a resposta para todas as suas dúvidas. Essa linha estará com você por toda a vida, não importa o que você faça, onde viva ou quanto tempo demore para encontrar a outra ponta dela.
Nessa época, um imperador encontrou uma bruxa que dizia saber encontrar o fim de cada linha. Ela seria capaz de enxergar o destino das pessoas e de levá-las até ele. O imperador, então, ordenou que ela o levasse até a mulher que estaria destinada a ser sua esposa, porém ao chegar neste destino ele encontrou uma camponesa com um bebê nos braços. Indignado com a indicação da bruxa, reagiu por impulso e empurrou a mulher, fazendo com que seu bebê caísse e fizesse uma grande ferida no rosto. Em seguida, ordenou que matassem a bruxa, pois ela era uma impostora.
Muitos anos depois, quando chegou a hora do imperador realmente se casar, a corte recomendou que ele se unisse a filha de um general muito importante. Quando a encontrou, muito arrumada e misteriosa, descobriu que tinha uma cicatriz em seu rosto embaixo de um véu – exatamente o machucado que fez naquele bebê. Era o destino sacramentando a indicação da bruxa, que pelo visto não era nem um pouco impostora.
Assim, a lenda da linha vermelha mostra a importância de aceitarmos nosso destino sem fazer julgamentos. É algo que não devemos ter caprichos ou rejeitar, pois o destino tem seu poder supremo e reaparecerá, mais dia, menos dia, em nossa vida.
A lenda é tão forte que até hoje algumas pessoas orientais ainda andam com uma linha vermelha. É a maneira que encontram de manter vivo o princípio de que a linha os conecta com as pessoas queridas, com o amor verdadeiro e com o destino que lhes foi escrito. É também uma maneira de relembrar sempre a importância de ser humilde e de aceitar o que a vida lhe reserva, aprendendo diariamente a lidar com as surpresas e circunstâncias da melhor maneira possível. Algo que não se pode ir contra e para qual se deve ter a mente e o coração abertos.