A região amazônica sempre foi cheia de lendas, cultura e mistérios. E por falar em mistérios, nós temos aqui 10 lendas amazônicas, desde as mais absurdas até as mais assustadoras, que você precisa conhecer!
Matinta Pereira
Se você ouvir um assobio assustador que não te deixa dormir, você precisa dizer “Matinta, pode passar amanhã aqui para pegar seu tabaco”. E, efetivamente, oferecer fumo ou tabaco para essa senhora. Essa mulher amaldiçoada pode tomar uma forma com asas e voar ao redor do seu lar, assombrando-o, ou uma forma sem asas com a aparência de uma mulher muito velha acompanhada de um pássaro agourento chamado de “rasga-mortalha”.
Quando essa senhora está para morrer, ela costuma gritar “Quem quer? Quem quer?”, e se uma pessoa responder “Eu quero”, na esperança que o seu prêmio seja dinheiro ou riquezas, ela será a próxima a receber a maldição de Matinta.
Boiúna
Boiúna, ou Cobra Grande, é realmente uma cobra gigante e ameaçadora que ao rastejar deixa no solo os seus sulcos que se transformam em igarapés. E ao invés de ficar nas florestas, em dado momento ela passa a viver nas profundezas dos rios, sendo capaz de se transformar em embarcações ou diferentes seres.
A lenda de Piripirioca
Essa lenda conta a história de um homem muito cheiroso que encantou as índias de uma tribo. Elas queriam conquistá-lo, mas ele ainda não estava preparado para o amor. Dessa forma, elas esperaram que ele retornasse, mas apenas o seu cheiro permaneceu no vento. Cansadas da espera, quando um jovem feiticeiro chamado Supi chegou na aldeia, ele as informou que se o cabelo delas tocasse Pirapari (o homem cheiroso), ele ficaria preso. Assim, no dia marcado, Supi pescou um peixe e o enterrou na areia. Quando as índias deram por si, o peixe virara Pirapari. O feiticeiro disse que se elas o tocassem, a alma dele despertaria e permaneceria no céu. As índias, cansadas de esperar, o tocaram. Quando elas fizeram isso, um vento muito forte soprou e as moças caíram em sono profundo. Quando elas acordaram, no lugar do peixe jazia uma planta de cheiro encantador, a qual foi chamada de Piripirioca.
A lenda de Uirapuru
Uma donzela apaixonada atingiu uma flecha em um lindo pássaro de pluma vermelha e canto encantador. Então, ele se transformou em um belo e forte guerreiro. Contudo um feiticeiro morto de ciúmes lançou um feitiço e fez com que o jovem desaparecesse, deixando apenas o seu lindo canto na mata.
Lenda do açaí
Uma tribo muito numerosa estava com poucos alimentos. Assim, o cacique decidiu sacrificar todas as crianças que nascessem para controlar a população. Uma índia chamada Iaçã teve a sua filha sacrificada e ficou extremamente triste. Em um dia, ela ouviu a sua filha chorar e ao sair de sua casa teve uma visão de sua filha ali, Iaçã permaneceu abraçada com ela até desaparecer e, após isso, Iaçã se entregou à tristeza. No dia seguinte, a encontraram morta com uma feição muito feliz abraçada a uma palmeira cheia de frutinhos escuros. Após esse acontecimento, o cacique Itaki apanhou os frutos e os batizou de açaí em homenagem a Iaçã (seu nome invertido).
Lenda do Mapinguari
O Mapinguari é um gigante cheio de pelos, com um olho na testa e a boca no umbigo. Ele costuma deixar um rastro de destruição por onde passa e, inclusive, imita o mesmo som feito pelos caçadores. Caso alguém responda ao seu chamado, ele vai ao encontro e assassina a pessoa, quem escapa com vida sai com terríveis ferimentos. Dizem que o seu único medo é o bicho preguiça.
Lenda do Monte Roraima
Os índios Macuxi dizem que onde está o Monte Roraima antes era apenas terra plana com colheita farta e caça abundante. Em um dia, apareceu um cacho de bananeira e todos da aldeia foram avisados que aquela planta era sagrada, se alguém comesse ou pegasse o fruto, isso traria desgraças terríveis para o povo, como: a escassez da caça, a podridão das frutas e a deformação da terra. E, como o proibido é mais gostoso, um belo dia alguém mexeu na bananeira e todas as desgraças começaram a tomar forma. A terra se moveu, os animais se dispersaram, um dilúvio aconteceu e o Monte Roraima apareceu.
Muiraquitã
O muiraquitã é um artesanato, normalmente, em forma de animal, que no passado as índias sem marido ofereciam aos seus amados. Após terem uma noite de amor com os guerreiros, elas pegavam um barro verde do fundo do rio e faziam o muiraquitã na forma de tartaruga, sapo ou outros animais. Os guerreiros costumavam usar esses objetos como amuletos de boa sorte, cura e felicidade.
Lenda das Amazonas
Muitos índios comentam da existência de mulheres guerreiras, que eram conhecidas como “mulheres sem marido” ou Icamiabas. Essas são as mesmas índias da lenda anterior. Elas tinham o seu próprio território e as suas próprias leis. Após terem relações com os guerreiros da tribo vizinha, chamados Guacaris, no momento de dar à luz, se a criança fosse menina, ela permaneceria com as índias, do contrário iria para a terra dos Guacaris.
Lenda dos rios Xingu e Amazonas
Segundo os índios, a seca predominava na região amazônica e uma ave, chamada Juriti, era dona de toda água e a guardava em três tambores. Três irmãos mortos de sede foram pedir à ave um pouco de água, no entanto, Juriti não cedeu ao apelo. Quando contaram ao pai, ele avisou aos seus filhos para não retornarem mais ali, pois dentro dos tambores havia um peixe muito grande. E, mais uma vez, como tudo o que é proibido é mais gostoso, os irmãos foram lá e quebraram os tambores. A água saiu, mas o peixe que estava no tambor engoliu um dos irmãos. Ao fugir do monstro, os outros irmãos fizeram rios e cachoeiras com a sua corrida e o peixe em seu encalço fez o rio Xingu. Eles correram até o rio Amazonas, conseguiram resgatar o irmão e ao soprar a água no Amazonas, o rio ficou super largo. Dando origem ao rio Xingu e Amazonas.