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Entrevista/Hélio Cervelin

‘Ler é criar. E quanto mais lermos, mais viveremos’

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Autor/Imagem:
Cecília Baumann - Foto Acervo Pessoal

Uma frase define Hélio Cervelin: ler é criar. Esse catarinense de Capinzal (aliás, um dos primeiros colaboradores do Café Literário deslumbrou as letras em forma de poemas na adolescência. Depois foi crescendo, até virar um gigante no campo das palavras (embora ele insista em dizer que é um iniciante).

Uma defesa de Cervelin: um povo que não lê se torna presa fácil na sociedade competitiva que vivenciamos hoje. Quer saber mais sobre ele? Leia a entrevista a seguir:

Fale um pouco sobre você, seu nome (se quiser, pode falar apenas o artístico), onde nasceu, onde mora, sobre sua trajetória como escritor.

Nasci Hélio Cervelin, em Capinzal, meio-Oeste de SC, moro em Florianópolis. Tenho formação contábil (UFSC) e Licenciatura em Letras – Literatura e Português. Sou escritor iniciante, tenho participação em diversas Coletâneas, especialmente com poemas. Minha primeira participação em coletâneas ocorreu em 1990, com a obra OS BRUXOS, editada pela APCEF-SC – Associação do Pessoal da CAIXA em Santa Catarina. Em 2023, lançamos uma coletânea “ENCONTROS E DESENCONTROS”, um livro escrito a várias mãos, pelos integrantes do grupo de idosos Náufragos Literários Floripa do qual sou o Coordenador. (http://naufragosliterarios.blogspot.com). No mesmo ano lancei meu primeiro livro de poemas, Filho das Estrelas, com 30 poemas de minha autoria.

Como a escrita surgiu na sua vida?

Desde adolescente eu comecei a produzir pequenos poemas, sempre gostei de rimas e, aos poucos, fui fazendo crônicas e colecionando. Hoje tenho uns 300 poemas inéditos e em torno de 200 crônicas. Estou com meu primeiro livro de prosa (autobiografia) na Editora, para lançamento até o final deste ano.

De onde vem a inspiração para a construção dos seus textos?

De muita leitura, da observação do dia a dia das pessoas com as quais convivo, de sonhos, inspiração, tudo é material para literatura.

Como a sua formação ou sua história de vida interferem no seu processo de escrita?

Sou septuagenário com muita vivência, e muitas histórias para contar.

Quais são os seus livros favoritos?

Filosofia, Ontologia, História, Religiões… Sou um estudioso das religiões, autodidata em Teologia.

Quais são seus autores favoritos?

Monteiro Lobato, Érico Veríssimo, Carlos Drummond de Andrade, Machado de Assis, Fernando Pessoa, Guimarães Rosa, George Orwell…

O que é mais importante no seu processo de escrita? A inspiração ou a concentração? Precisa esperar pela inspiração chegar ou a escrita é um hábito constante?

O ideal é preparar-se, concentrar-se e a inspiração vem. Às vezes ela ‘cai do céu’…

Qual é o tema mais presente nos seus escritos? E por que você escolheu esse assunto?

A mulher, o amor, os anjos são minhas maiores inspirações. Gosto de enfatizar o belo, a natureza, os seres humanos.

Para você, qual é o objetivo da literatura?

Fazer pensar, distrair as pessoas ao ouvir histórias coerentes, com sequências e exemplos de vida, modelos a serem comparados com os dramas de cada um.

Você está trabalhando em algum projeto neste momento?

No meu livro autobiográfico, ao mesmo tempo, em que continuo produzindo crônicas e divulgando as últimas obras. A intenção é tornar públicas as minhas obras. Não vejo sentido produzir literatura e não a dar ao conhecimento público.

Quais livros formaram quem você é hoje? O José Seabra sempre cita Camilo Castelo Branco como seu escritor predileto, o Daniel Marchi tem fascinação pelo Augusto Frederico Schmidt, e o Eduardo Martínez aponta Machado de Assis como a sua maior referência literária. Você também deve ter as suas preferências. Quem são? E há algum ou alguns escritores e poetas contemporâneos que você queira citar?

Sempre gostei dos autores de obras perenes: Og Mandino (O maior vendedor do Mundo); Max Ehrman (Desiderata); Lao Tsé (Tao Te Ching); Huberto Rhoden (Filósofo catarinense), dentre outros.

Como é ser escritor hoje em dia?

Sou iniciante, mas sempre soube das dificuldades de produzir literatura em um país onde poucos têm o hábito de ler, o papel é caro, as vendas mais difíceis e existe a concorrência do smartphone.

Qual a sua avaliação sobre o Café Literário, a nova editoria do Notibras?

Estou conhecendo-o agora, mas está sendo uma grata surpresa Por sua apresentação aprimorada e bela. Espero usufruir cada vez mais.

Tem alguma coisa que eu não perguntei e você gostaria de falar?

Aproveito para pedir que divulguem bastante a literatura, estimulando as pessoas a lerem desde jovens. Um povo que não lê não desenvolve a cognição, e evolui muito pouco, tornando presa fácil na sociedade competitiva que vivenciamos hoje. Ler é criar!

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