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Na telinha

Letícia Colin novamente rouba a cena, agora na novela ‘Segundo Sol’

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Autor/Imagem:
Eliana Silva de Souza

Em meio a vários novos atores que surgem na TV, alguns conseguem se sobressair de tal forma que acabam roubando a cena. Entre os rostos que conseguiram esse feito está a talentosa Letícia Colin. Nascida em Santo André, no ABC paulista, a atriz de 28 anos se destaca na novela das 21h, da Globo, Segundo Sol, que tem a assinatura de João Emanuel Carneiro.

Merecidamente, a menina tem tudo para fazer parte do primeiro time de atores da emissora, o que não é para qualquer um. Apesar de ser ainda uma jovem atriz, Letícia iniciou sua promissora carreira logo aos oito anos. Fez diversos trabalhos, passou por outros canais e voltou para a Globo, para encarar uma fase muito boa, agradando a público e crítica..

Difícil quem não tenha se encantado com sua imperatriz Leopoldina, na novela Novo Mundo. Personagem que cresceu e ganhou mais espaço exatamente pela performance de Letícia. E agora, no horário nobre, ela dá vida e brilha como Rosa, uma mulher que ousa se transformar em garota de programa, tendo de enfrentar um pai (Roberto Bonfim) machista e preconceituoso e uma mãe (Kelzy Ecard) submissa. “Acho que é profundo falar da relação de pai e filha, ela é desacreditada em casa e isso toca muita gente, pois acontece mesmo; além disso, a trama fala de vingança, de dinheiro, ganância, sucesso, tudo muito humano, contemporâneo.”

Quase emendando uma novela na outra, Letícia Colin diz que tudo isso é “uma experiência muito intensa, pois você vive aquele personagem por um bom tempo e é uma jornada longa, de muitos meses, mas tudo é um ciclo, você faz um personagem, daí a história acaba, você agradece, se renova, e começa a pensar no próximo”.

Ela saiu de uma Leopoldina meiga, determinada, forte, com sotaque austríaco, roupas de época, ficou encantadora na pela da imperatriz do Brasil, ganhou o coração do público e o direito a agora ter esse papel de destaque em Segundo Sol. Com maestria, a jovem atriz mostra como fazer essa transição de uma personagem para outra. “Eu fui para a Bahia pesquisar o sotaque, quis fazer isso direto lá e, para isso, fiquei na casa de uma amiga, vivendo a rotina da família, para experimentar a cultura, observar as relações”, diz Letícia, que conta ainda que “ficava ouvindo muitos áudios, entrevistas com figuras baianas, para entrar de cabeça nessa personagem e conseguir que o sotaque saísse assim, naturalmente”, explica Letícia.

E Rosa chegou para o público assim, com esse primor de atriz que mergulha na personagem complexa como é essa. “Ela é um ser humano, tem seus sentimentos, com coragem de ir para o mundo e dizer que é isso que ela faz. Acho que é motivo de admiração a liberdade dela”, explica a atriz, que considera ser agora “o momento de mudar realmente o julgamento das pessoas, seus preconceitos”. “São várias questões que eram veladas, marginalizadas, e que estão interligadas à questão da Rosa com a prostituição, com o feminismo, da autonomia da mulher, do não julgamento da sexualidade, do prazer da mulher, dela no mercado de trabalho”, conclui.

Para João Emanuel, a força da atriz permitiu o crescimento da personagem. “Quando o ator surpreende e supera as expectativas, contribui muito para o sucesso do personagem.” E o fato de colocar essas meninas bonitas como garotas de programa, o novelista enfatiza que a ideia não é, de forma alguma, glamourizar essa questão polêmica. “No caso da Rosa, ela passa por situações difíceis e vai passar por algumas maiores ainda. Não há glamour algum na história da personagem.” E explica ainda que “a intenção, ao trazer esse tema, não é panfletária, está a serviço da dramaturgia da novela e da personagem; quis contar uma história que me interessa e acreditei que interessaria o público também.”

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