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Guerra à vista

Líbano vira barril de pólvora na crise entre Irã e os árabes

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Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Bahram Ghasemi, disse que a renúncia do primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, é um plano dos Estados Unidos, de Israel e da Arábia Saudita para fomentar tensões no Líbano e na região, segundo a agência iraniana de notícias Tasnim. Ghasemi afirmou também que as acusações de Hariri não têm fundamento.

Hariri anunciou mais cedo que decidiu renunciar ao cargo e acusou o Irã e o grupo Hezbollah de interferir em assuntos árabes. A renúncia acontece num momento em que os sauditas vêm elevando o tom de suas acusações contra o Irã e coloca o Líbano no centro dessa rivalidade.

Ataque iemenita – O clima no Oriente Médio agravou-se mais cedo, quando a força aérea do Iêmen tentou atingir com um míssil balístico de longo alcance o Aeroporto Internacional King Khalid, na capital da Arábia Saudita, Riad, neste sábado, de acordo com o Ministério da Defesa do Iêmen, controlado por rebeldes Houthi. As informações são da CNN.

Em mensagem transmitida pela TV Al-Arabiya, o Ministério da Defesa da Arábia Saudita disse que o míssil foi interceptado a nordeste de Riad. Já o Ministério da Defesa do Iêmen disse que o ataque “abalou a capital saudita” e que a operação foi bem sucedida. Disse também que foi usado no ataque um míssil balístico de longo alcance fabricado no Iêmen e chamado “Burqan 2H”.

Uma coalizão liderada pela Arábia Saudita vem combatendo rebeldes Houthi, que são apoiados pelo Irã, no Iêmen. Os rebeldes derrubaram em 2015 o governo internacionalmente reconhecido do país.

Influência árabe – Hazem al-Amin, um escritor libanês que acompanha assuntos regionais, disse que a renúncia de Hariri foi orquestrada pela Arábia Saudita e tem como pano de fundo a atmosfera contrária ao Hezbollah e à influência iraniana na região. “O Líbano é um país frágil. Esse confronto (entre Arábia Saudita e Irã) é mais violento do que o Líbano pode suportar”, disse, acrescentando que pode haver ramificações na economia e na segurança do país.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a renúncia e as declarações de Hariri são um alerta para que a comunidade internacional adote medidas contra as agressões do Irã. “Essa agressão coloca em perigo não apenas Israel, mas todo o Oriente Médio. A comunidade internacional precisa se unir contra essa agressão”, disse.

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