A licitação mais cobiçada no transporte coletivo de São Paulo, que propõe alterações em 24% das linhas de ônibus na capital paulistana e envolve recursos da ordem, de 70 bilhões de reais, está mexendo com a política de Brasília. É o que revela o site quidnovi.com.br. Leia abaixo trechos da reportagem.
O critério da disputa será a menor remuneração por passageiro, a partir dos valores de referência estabelecidos para cada um dos 27 lotes oferecidos. O sistema de ônibus paulistanos é custeado em parte pelas tarifas cobradas dos passageiros e subsidiado por recursos da prefeitura.
Segundo a administração municipal, em 2014, as empresas operadoras receberam R$ 6,3 bilhões – R$ 4,5 bilhões por cobrança de passagens e R$ 1,7 bilhão diretamente dos cofres públicos.
A remuneração das concessionárias levará em conta os custos de operação e a qualidade do serviço. Serão avaliados itens como regularidade, tempo de espera, tempo de viagem, lotação dos veículos, quantidade de reclamações e conservação dos ônibus. Os coletivos terão aparelhos de ar-condicionado e atender condições de acessibilidade.
Como sempre, prevalece a pressão do cartel que é formado pelos grupos de 12 empresas que se consideram intocáveis. Em Brasília à CPI que apura fraudes na licitação do transporte coletivo pode por em cheque pelo menos duas empresas interessadas no certame paulistano.
O grupo do empresário Nenê Constantino que atua em vários estados corre o risco de não poder concorrer ao certame de São Paulo, por que faz parte do rol das empresas investigadas como favorecidas na fraude da licitação ocorrida em 2012 no Distrito Federal.
O negócio de 70 bilhões de reais em São Paulo está mexendo com a política de Brasília. Os deputados que integram à CPI estão com uma farta documentação e depoimentos que comprovam a fraude no certame Brasiliense. Aos poucos a população do Distrito Federal começa a cobrar dos parlamentares uma punição severa, cancelando os contratos e convocando uma nova licitação aberta inclusive para as empresas internacionais.
A preocupação do cartel é com a entrada de empresas que tem infraestrutura capaz de suprir todas as necessidades que a população precisa com o custo mais baixo. A licitação paulistana que colocou o edital nas ruas deve acontecer de fato em três meses, quando o Ministério Público que acompanha a Comissão Parlamentar de inquérito em Brasília deve oferecer denúncia à justiça tornando as empresas citadas inidôneas.