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Líder do MST aplaude Alckmin e sugere a Dilma seguir modelo de São Paulo

Ana Fernandes e Ricardo Chapola

O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Gilmar Mauro disse ao serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o governo do tucano Geraldo Alckmin produziu a “melhor lei de terras do Brasil” e disse esperar que o governo Dilma Rousseff (PT) se inspire na iniciativa paulista.

“A melhor lei de terras do Brasil foi aprovada no Estado de São Paulo e nós esperamos que o exemplo daqui sirva também em nível nacional”, afirmou Mauro.

A lei em São Paulo não tem grande alcance em termos numéricos, beneficia sete mil famílias assentadas no Estado, mas Mauro destaca seu papel simbólico. “Essa lei representa muito politicamente em nível nacional, porque é a lei que nós queremos que o governo federal também aprove.”

Gilmar Mauro classifica a legislação paulista de “uma bela lei” por permitir que os agricultores tenham uma “concessão” dos lotes de terra advindos da reforma agrária – em vez da antiga “permissão”, considerada menos estável. A grande mudança na lei de terras é que essa concessão poderá ser passada de pai para filho, seguindo as regras do programa estadual de reforma agrária.

Segundo Mauro, o texto, que foi construído em parceria com o MST, evita que haja oportunismo e que no futuro se forme um comércio irregular dos lotes destinados à reforma agrária. “Ela impede que haja uma reconcentração de terras daqui a 20 ou 30 anos”, explicou.

Diálogo com Dilma – Apesar da indireta, Gilmar Mauro não reclamou do diálogo com o governo Dilma Rousseff. Afirmou que, neste início de ano “particularmente” não teve reuniões com ministros, mas que a abertura para o diálogo não é o problema, mas sim as ações. “As conversas existem, mas precisamos retomar uma pauta concreta para avançar na reforma agrária, que, evidentemente, está parada em nível nacional”, criticou.

Apoio Eleitoral – Gilmar Mauro evitou falar em alinhamento político para a disputa presidencial de 2018. Ele disse que a aproximação com Alckmin faz parte do dever do movimento. “É da nossa característica fazer pressão, mobilizar e ao mesmo tempo negociar. Temos que resolver problemas objetivos da nossa base. Independentemente de quem for o governo, qual partido for, evidentemente vamos ter que negociar.”

Questionado sobre as eleições municipais deste ano, Mauro disse que o MST é autônomo e que não tem alinhamento partidário. O líder indicou que o movimento não vê problema em apoiar um candidato do PSDB se ele tiver propostas alinhadas com as do movimento. “Há uma orientação política de que queremos avanços, de votar em setores progressistas. Se dentro de setores progressistas tiver alguém do PSDB…”, ponderou.

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