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Líderes da base aliada no Congresso divergem sobre pedido de prisão de Lula

Rosso vê a crise política chegando ao seu ponto máximo

Daniel Carvalho

Líderes de partidos da base do governo na Câmara avaliaram que tem “objetivo político” o pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva feito na denúncia que o Ministério Público de São Paulo divulgou nesta quinta-feira, 10. Alguns deles avaliaram, reservadamente, que uma eventual prisão do petista será extremamente danosa ao governo. “Era o que faltava para deflagrar o impeachment da presidente Dilma Rousseff”, disse um dos governistas.

Pegos de surpresa, poucos foram os líderes que aceitaram se manifestar. “Tomei conhecimento agora, mas entendo que o pedido não tem base jurídica”, disse Paulo Teixeira (PT-RS), vice-líder do governo. “Tem um forte viés político e demonstra a falta total de imparcialidade. Há uma desproporcionalidade no pedido. Fica muito claro o objetivo político de colocar combustível nas manifestações de domingo”, afirmou Teixeira.

Os promotores Cássio Roberto Conserino e José Carlos Guillem Blat afirmam que há necessidade de prisão preventiva de Lula “pois amplamente provadas suas manobras violentas e de seus apoiadores, com defesa pública e apoio até mesmo da presidente da República, medidas que somente têm por objetivo blindar o denunciado – erigindo-o a patamar de cidadão ‘acima da lei’, algo inaceitável no Estado Democrático de Direito brasileiro, pois é inadmissível permitir-se o tumulto do estado normal de trâmite das investigações e do vindouro processo crime”.

Para o líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), a crise política chega ao seu ponto máximo. “O Ministério Público, quando afirma a amplitude probatória da necessidade de prisão, deflagra o ápice da instabilidade política, uma vez que o Lula, maior líder individual do País, pode ser preso a pedido de uma das instituições de maior credibilidade do País”, afirmou Rosso

Também vice-líder do governo, o deputado Sílvio Costa (PTdoB-PE) qualificou o pedido como “um exagero sem precedentes” e criticou os promotores. “Isso não é uma peça jurídica. É uma peça política. Esse promotor dá sinais de ódio ao presidente Lula. Talvez esteja contaminado por uma parcela da elite paulista, que odeia o presidente Lula”, afirmou Costa.

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