Os partidos de oposição devem seguir juntos no pleito de outubro, para tirar o Palácio do Buriti das mãos do PT. A opinião é da deputada distrital Liliane Roriz (PRTB). Em entrevista a Notibras, ela enaltece os nomes colocados, enfatiza que ninguém pode ser candidato de si mesmo e lembra que a preferência é pelo pai, o ex-governador Joaquim Roriz.
– Eu realmente acredito e defendo a união da oposição. Se pulverizarmos o nosso grupo, o único que sai em vantagem é o governo desastroso que aí está. Temos excelentes nomes, mas devemos também ouvir o que o povo pensa. Não adianta sermos candidatos de nós mesmos. O que precisamos agora é nos unir em busca de um projeto de governo vitorioso, disse a deputada.
Liliane deixa claro que o candidato natural à sucessão de Agnelo Queiroz é Joaquim Roriz, líder em todas as pesquisas de intenção de voto. “É ele que tem voto. Não há que se falar em outro nome. Mas a decisão (de entrar na disputa) caberá a ele. Na eventualidade de vir a apoiar outro candidato, com certeza será alguém que una todo o grupo. De minha parte, até que tudo esteja definido, sou candidata à reeleição”, salientou.
Veja trechos da entrevista:
A oposição possui ao menos cinco possíveis candidatos. Como seria essa união?
Como eu disse, temos excelentes nomes que hoje fazem oposição de verdade ao governo local. As conversas já estão ocorrendo e tenho fé de que tudo será resolvido da melhor forma, no momento certo. A hora é dos partidos apresentarem seus nomes. Alguns, no entanto, não definiram ainda, como o próprio PSDB. Temos que dar tempo ao tempo. Mas tudo tem caminhado para a esperada união.
Como é ser a herdeira política de Joaquim Roriz?
É uma responsabilidade muito grande. E me dá muito orgulho também, mas sou bastante pé no chão de saber que voto não se herda. Voto é consequência de muito trabalho e de história com a cidade. Eu tenho trabalhado muito, tanto na Câmara quanto nas cidades, para estar pronta para qualquer cenário.
Se pudesse decidir, a senhora seria candidata ao governo ou a vice?
Se por um consenso do grupo e com o aval do meu pai, meu nome fosse indicado para o governo, eu até aceitaria o desafio. Mas se meu nome for indicado para ser vice de alguém, pensaria muito para ver se esse casamento daria certo.
Então a história de ser vice de Arruda é especulação?
Olha, já ouvi boatos de que eu seria vice do Arruda, do Rollemberg, do Pitiman e de tantos outros pré-candidatos. Fico até feliz com a lembrança de meu nome, mas não há nenhuma definição. Não de minha parte. Participo de reuniões onde esse assunto é constantemente abordado, mas só ouço. Como meu pai falou uma vez, se eu posso ser vice, por que não governadora?
Como a senhora vê a candidatura da deputada Eliana Pedrosa?
A deputada Eliana é minha companheira de Câmara Legislativa. Temos lutado muito na Casa e fora dela para denunciar a quantidade de atrocidades feitas por este governo do PT. Ela trabalha muito e tem muita experiência. É um excelente quadro. Mas ela sabe, até melhor do que eu, que candidatura se constrói. E ela está construindo a dela.
E os demais candidatos?
Olha, temos o Fraga, do DEM, que é um grande amigo e possui muita disposição e capacidade. Temos que mencionar a importância do ex-deputado Frejat, que é um excelente quadro. Tem ainda o Arruda, alvo constante de especulação sobre seu retorno. Há ainda o PSDB, que é peça importante neste tabuleiro, mas que ainda passará por um processo até que anuncie seu principal nome, mesmo porque o PSDB é uma peça fundamental nesse processo.
Mas em quem do PSDB a senhora apostaria?
Isso é uma questão interna do partido, que aliás eu admiro muito. Até agora, o PSDB tem três excelentes nomes. Há o do ex-presidente Márcio Machado, que eu pessoalmente tenho muito apreço. Há o deputado Izalci, que tem bastante experiência. E tem ainda o deputado Pitiman, que tem se mostrado determinado a ser o escolhido. Só espero que o partido saia dessa disputa fortalecido e unido.
Quando a senhora prevê que o seu destino esteja definido?
O prazo da Justiça Eleitoral termina no fim de abril. Até lá, esperamos compor com todos esses importantes quadros. Mas na minha cabeça, agora, o que importa não é a posição ou o cargo, mas a união para retirar esse governo desastroso do PT de dentro do Palácio do Buriti. Brasília não aguenta mais tanta ingerência e incompetência.
Onde a senhora mais vê problemas na atual gestão?
Veja bem: não sou eu apenas que vejo problemas. É a população inteira. Estamos presos em casa porque não temos segurança. Os bandidos estão soltos. A saúde está na UTI e em estado terminal. Falta apenas a eutanásia da intervenção federal para a regional de saúde morrer de vez. A educação está crítica, com falta de professores e escolas destruídas. Tudo isso fruto da falta de valorização dos profissionais, dos servidores, que foram esquecidos por um partido que foi eleito graças a eles. Como efeito em cadeia, a população está sofrendo tudo isso, o que é uma pena, porque acredito que ninguém torce para que um governo destrua uma cidade como tem acontecido com Brasília e o DF.
José Seabra