A deputada Liliane Roriz (PRTB) garantiu que cobrará o cumprimento do Estatuto da Pessoa com Deficiência do Distrito Federal, aprovado neste ano pela Câmara Legislativa, durante sessão solene em comemoração ao Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência realizada na segunda-feira (21). No plenário da Casa, a distrital argumentou que muitas das reivindicações dos portadores de deficiência, como a questão da acessibilidade, estão contempladas no estatuto, o que falta é cumprir as determinações.
Conscientizar os deficientes de sua cidadania é um ponto fundamental na data de hoje, segundo o diretor das Clínicas de Reabilitações do DF, Leandro Giordano. “É um dia de luta, mas é preciso que eles saibam as armas que têm para lutar”, alegou. “A conscientização é de todos; cada um é um agente multiplicador dessa consciência”, disse.
Giordano defendeu a construção de calçadas com acessibilidade: “onde passa uma cadeira-de-rodas, todos passam”. Também para garantir a acessibilidade, o “piso rebaixado e as rampas” são necessários, de acordo com o presidente do Instituto de Cultura Educacional e Profissionalizante das Pessoas com Deficiência, Suedi Miranda.
Uma questão nevrálgica no cotidiano dos portadores é o acesso em ônibus, disse o coordenador de Promoção dos Direitos de Pessoas com Deficiência, Paulo Becker. “Precisamos sensibilizar os empresários de transporte”, afirmou, ao defender que o argumento da acessibilidade deve ser maior que o da estética.
O programa nacional Viver sem Limites é um exemplo de consolidação dos direitos dos deficientes, declarou o secretário de Desenvolvimento Humano e Social, Marcos Pacco. No entanto, ele lembrou que o atual “cenário é de muita dificuldade financeira” no DF.
Cadeira-de-rodas – “Falta investimento na coisa certa”, opinou o cadeirante Erivaldo Pereira, vice-presidente da União das Pessoas com Deficiência. Ele disse que o GDF gastou R$ 1,5 milhão para comprar cadeiras-de-rodas esportivas, sendo que com o dinheiro de cada cadeira esportiva daria para adquirir quatro cadeiras-de-rodas comuns, como a que ele estava usando. Além do mais, segundo ele, o custo de manutenção de uma cadeira esportiva é alto para os deficientes de baixa renda. Paraplégicos que estavam na sessão alegaram que existem muitos portadores aguardando cadeiras-de-rodas há mais de seis meses.
Pereira afirmou ainda que algumas empresas de transporte, como a Marechal e a URBTrans garantem bom atendimento aos deficientes, enquanto outras, como a TCB e a São José, “a acessibilidade é inexistente”. Ele defendeu fiscalização rigorosa e urgente.
Franci Moraes