Thiago Faria e Julia Lindner
A discussão na Comissão de Ética do Senado para definir o relator de denúncia contra seis senadoras da oposição quase acabou em agressão física nesta terça-feira, 8. Exaltado, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) protestou contra membros do colegiado que analisavam o caso.
“Essa reunião é ridícula. Vocês arquivaram o caso do Aécio, que tinha mala de dinheiro. Agora vão punir senadoras por sentar na mesa do Senado”, afirmou o petista, que, com dedo em riste, acusou o presidente do conselho, senador João Alberto (PMDB-MA), de estar desmoralizado. No mês passado, a maioria do conselho decidiu arquivar representação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) com base na delação premiada de Joesley Batista, da JBS.
Em pé, em frente à mesa onde João Alberto comandava a sessão, Lindbergh continuou a protestar e discutir asperamente com diversos senadores, incluindo Gladson Camelli (PP-AC), um dos autores da denúncia contra as senadoras. Com Sérgio Petecão (PSD-AC), chegou perto da agressão física. “Toca em mim que eu quero ver, seu filho da p…”, afirmou Petecão, após desferir um tapa no ar em direção ao petista.
A denúncia na Comissão de Ética tem como alvo as senadoras Fátima Bezerra (PT-PB), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Ângela Portela (PDT-RR), Regina Souza (PT-PI), Lídice da Mata (PSB-BA) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). No mês passado, durante a sessão que votaria a reforma trabalhista, as parlamentares ocuparam a mesa diretora do plenário do Senado, atrasando a votação. Na ocasião, o protesto durou por várias horas e o projeto só pode ser votado à noite.
Como trata-se de uma denúncia, a pena prevista é advertência ou censura (por escrito ou verbal). No entanto, caso o conselho entenda haver indícios suficientes, pode ser revertido para um processo que resulte na perda do mandato das senadoras.