Marta Nobre
A bomba que caiu sobre Brasília no meio da tarde desta terça, 11, espalhou estilhaços em outras direções. Não bastassem 9 ministros, 29 senadores e dezenas de deputados suspeitos de corrupção, a Lista de Fachin teve acrescentados, no início da noite, os nomes dos ex-presidentes Luis Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso.
Os três serão investigados pela Procuradoria-Geral da República, por terem sido citados em delações premiadas da Odebrecht. Já eram alvos de investigações Fernando Collor e José Sarney. Ao engordar, a lista também apresenta os nomes dos governadores governadores Luiz Fernando Pezão, do Rio de Janeiro; Geraldo Alckmin, de São Paulo; Paulo Hartung, do Espírito Santo; Fernando Pimentel, de Minas Gerais; Beto Richa, do Paraná; Flávio Dino, do Maranhão; Marconi Perillo, de Goiás; Raimundo Colombo, de Santa Catarina; Marcelo Miranda, de Tocantins.
Os indícios contra os governadores serão enviados ao Superior Tribunal de Justiça, que é o foro indicado para processar governadores. Há um outro governador na lista de inquéritos abertos no STF pelo ministro Edson Fachin: Renan Calheiros Filho, de Alagoas. Os fatos apontados contra ele estão ligados à suposta participação do pai, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem direito ao foro especial na mais alta corte do país.
Ao todo, Fachin enviou 201 petições a outras instâncias do Judiciário. Os juízes que receberão o material decidirão se abrem ou não inquéritos para apurar os indícios apontados pelos delatores. As petições sobre FHC e Lula foram enviadas para a Justiça Federal em São Paulo. Os indícios contra Dilma irão para o Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região. Isso porque os fatos estão atrelados à suposta participação do ex-ministro Edinho Silva, que hoje é prefeito e tem direito ao foro no TRF.