Casa cheia, convidados bem acomodados e nada de bagunça. Um combo perfeito para quem gosta de receber, como a família de quatro pessoas que ocupa os 180 m² deste apartamento no Tatuapé, zona leste da capital. Entre o desejo e a realidade, no entanto, havia uma frustração comum entre os moradores: eles tinham espaço, mas estavam longe de ter o living que contemplasse tudo isso. Foi quando a designer Juliana Torres entrou em cena para transformar o ambiente.
“O casal me procurou com exigências específicas. Eles queriam um espaço bonito capaz de acomodar bastante gente com conforto, mas que isso não interferisse na rotina deles”, conta a arquiteta. “O maior desafio foi encontrar o tom que agradasse a todos. As expectativas do casal em relação a reforma não combinavam em nada. Ele é mais clássico, ela é super moderna”, explica.
O jeito foi criar uma linguagem que atendesse ao gosto de todos. Para isso, Juliana apostou em bases e revestimentos neutros para destacar o mobiliário. Tem mármore travertino nos pisos, madeira de demolição nos painéis da área de estar e da sala de TV e lareira à lenha. “A intenção era utilizar matérias-primas naturais para sugerir o máximo de conforto”, diz Juliana. Especialmente agora que a frequência das visitas tende a crescer com a chegada do outono e a aproximação de dias mais frios.
Assim, combinando os tons terrosos do mármore e da madeira, a mistura de cinza e bege nas paredes e móveis que priorizaram cinza, branco e preto a arquiteta conseguiu imprimir o tom exato de acolhimento que os proprietários tanto queriam. Bem como satisfazer as necessidades de conforto do casal de moradores e dos seus muitos convidados.
“Têm muitos assentos. O que permitiu, inclusive, garantir que o proprietário, apreciador de charutos, tivesse um cantinho confortável para ler e fumar”, conta Juliana. Outro aspecto interessante do projeto é a possibilidade de aproximar várias pessoas, simplesmente arrastando um pouquinho as poltronas.
“Elas funcionam como uma divisória entre o ambiente e a sala de jantar, mas nada impede de arrastá-las para integrar a sala aos lugares à mesa. Para arrematar um amplo sofá, feito sob medida. “Ele conversa com tudo e não deixa de ser funcional, estando posicionado de frente para a TV”, explica ela. Item, aliás, devidamente disfarçado por uma placa de vidro capaz de ocultá-la por completo quando não em uso.