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Vez da liberdade

Livre arbítrio, a magia que afaga nosso ego

Publicado

Autor/Imagem:
Erickson Rosa

Livre arbítrio. A tão famosa escolha que todos, em teoria, temos. Escolhemos o que fazer de nossas vidas e para onde queremos direcionar nossa atenção. Isso nos torna responsáveis pelos resultados que colhemos em nossa vida. Mas realmente temos essa escolha? Todas as decisões que tomou em sua vida foram as que realmente você queria? Neste texto, quero mostrar a você o quanto temos limitado o nosso livre arbítrio e onde está realmente nossa liberdade de ação.

Afinal, o que é a liberdade? Esse conceito é amplamente discutido na Psicologia e na Sociologia. Simplificando, é a capacidade de escolher que ação tomar e quando a tomar. Entretanto, se pensarmos em nossas ações, podemos ver que sempre há atitudes que tomamos por impulsos.

Um exemplo seria a pessoa que vai ao médico, que a orienta a não comer doces. Mesmo assim, quando ela olha os doces, pensa que deveria comê-los e que não faria mal apenas um pouco. Cognitivamente, a pessoa sabe que aquilo lhe faz mal, mas não consegue reter o impulso de querer o doce.

De maneira geral, somos todos assim. Temos nossa mente e energia condicionada a diversos fatores. Se tivéssemos realmente liberdade de ação, todos faríamos exercícios, nos alimentaríamos de maneira adequada e tomaríamos ações positivas para nós mesmos. Mas isso não acontece.

Mas por que não conseguimos escolher essas coisas? Porque nossa mente está condicionada. Essa é uma resposta bem simples, mas verdadeira. Muitas coisas influenciam nossas escolhas. A disposição de nosso organismo, a cultura, a nossa família e os nossos impulsos. Os impulsos são a disposição condicionada de nossa mente. Podemos vê-los brotar quando vamos ao shopping. As roupas que achamos interessantes são porque acionam nossos referenciais internos.

Se não entendemos isso, apenas seguimos os impulsos que nos levam de um lado para outro na vida. Olhamos para um objeto que aciona algo dentro de nós, que reverbera e nos faz tomar decisões e ações. Somos levados por nossas emoções e sensações. Sentimos algo e seguimos, mas não avaliamos o aspecto interno e como o nosso raciocínio se formou.

É como uma pessoa que é criada durante toda a sua infância em um ambiente onde nunca foi ensinada a expressar o que sente. Se ela nunca foi ensinada a lidar com situações difíceis, é provável que, ao crescer, não saiba lidar com eventos em que precisa se posicionar e falar sobre suas emoções.

Assim, ela evita esse tipo de situação e, quando questionada, refere que não gosta disso e “escolheu” não falar nada.

Outro exemplo é a pessoa que ouviu sua mãe dizer que não gosta de camarão. Essa criança se identifica com sua mãe e também passa a não gostar. Mas essa não é uma escolha, e sim um condicionamento pela vivência. Temos muitos condicionamentos desses tipos.

Liberdade da mente
Nossa mente se modifica por meio da liberdade dela. Se olharmos para 10 anos no passado e nos lembrarmos de quem éramos, veremos que somos muito diferentes agora. Essa mudança acontece porque nossa mente é livre, apesar de estarmos condicionados.

A forma para manifestarmos essa liberdade é entender nosso interior, como ele funciona. Acalmando a mente e vendo que ela se molda de acordo com nossas vivências, entendemos que nossas escolhas não são necessariamente nossas, mas sim influências de muitas origens.

Podemos acalmar nossos impulsos se aprendermos a direcionar esse olho interno. Em vez de olharmos para os objetos que queremos e repudiar os objetos pelos quais temos aversão, podemos ver internamente a razão dos impulsos existirem e como eles se formam.

Ao olharmos essa formação de impulsos em nossa mente, podemos aprender a despertar a liberdade de escolher não agir. Por exemplo: se alguém te irrita, você pode manifestar a liberdade de não se afetar, de não deixar que o impulso o carregue, mas que você tenha a liberdade de se manifestar.

Ou você dirige sua mente e ações, ou será dirigido por seus pensamentos e emoções.

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