Migalha é sinônimo de uma pequena porção, notadamente comestível. É um bocadinho só, tão diminuto, que sequer pode tapar o buraco de um dente cariado. É justamente esse quase invisível pedaço de lobby, que pode prejudicar a candidatura da advogada Daniela Teixeira a uma das cadeiras no Superior Tribunal de Justiça. O nome da jurista, embora respeitado , começou a ser visto com ressalvas após a OAB-DF decidir avalizar sua candidatura ao STJ. A pergunta que se faz é o que motivou a Ordem em Brasília a abraçar a indicação de Daniela, em detrimento de outros quatro candidatos – Núbia Bragança, Lucas Ribeiro, Etílio de Sá e André Lopes. Não bastasse isso, correm por fora outros 29 candidatos de outras unidades federativas, todos de igual ou maior expressão. Lula, enquanto presidente, tem o poder da caneta. Mas as prerrogativas são muitas, e não se resumem a um simples apadrinhamento daquele cujos pais decidiram homenagear um ex-imperador romano. Sapiência é fundamental, mas na Justiça não se admitem dois pesos, duas medidas.