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Lula apela a evangélicos para ampliar base e oferece até ministério

Lula está apostando em uma nova estratégia política. Vem a ser a aproximação com os evangélicos, revelando uma jogada ousada e pragmática. Em um cenário onde o Congresso Nacional se mostra cada vez mais fragmentado, o presidente busca fortalecer sua base aliando-se a um dos grupos mais organizados e influentes do Parlamento.

Este movimento, no entanto, não é só uma questão de garantir votos, mas também de construir pontes com um eleitorado numeroso e estratégico, que se sentiu afastado nas últimas eleições.

Para consolidar essa aproximação, Lula acena com a possibilidade de ceder um ministério na Esplanada dos Ministérios à chamada “bancada da Bíblia”. Um gesto forte que pode abrir portas para o diálogo, mas também gera controvérsias e desafios. A senadora Eliziane Gama (PSD) é vista como o principal nome para chegar ao primeiro escalão do governo.

Por um lado, o movimento de Lula é tido como uma maneira de incluir esse grupo na governabilidade, reforçando uma ideia de pluralidade. Por outro, preocupa setores progressistas e movimentos sociais que temem um retrocesso nas pautas de direitos e liberdade, caso os evangélicos ganhem espaço no governo.

Essa aproximação de Lula com os evangélicos pode representar uma mudança nas relações entre governo e religião, com uma implicação política que vai além do Congresso e reverbera diretamente na sociedade. Resta observar como essa aliança será gerida para evitar que, em vez de fortalecer a base, essa aproximação acabe dividindo-a.

A senadora Eliziane Gama (PSD), maranhense ligada a Flávio Dino, é o nome mais forte para ocupar a pasta a ser oferecida à Bancada da Bíblia. Jornalista, 47 anos, foi deputada estadual por dois mandatos, outro de deputada federal até chegar ao Senado pelo PPS, em 2022. No ano passado, migrou para o PSD de Gilberto Kassab.

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