O governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), virtual candidato à Presidência da República no pleito de outubro, foi comparado pelo ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva ao também ex-presidente Fernando Collor. A única diferença, segundo o petista, são os olhos verdes.
Lula reuniu em almoço alguns dos maiores empresários do País. E procurou minimizar a candidatura do seu conterrâneo. “A minha grande preocupação é repetir o que aconteceu em 1989: que venha um desconhecido, que se apresente muito bem, jovem … e nós vimos o que deu”, afirmou o ex-presidente.
Vários dos presentes entenderam a frase como uma comparação entre Fernando Collor de Mello e Eduardo Campos, segundo relato feito pelo jornalista Fernando Rodrigues, em seu blog no UOL.
Parte da conversa de Lula com empresários foi relatada por Rodrigues. Veja a seguir trechos do que foi postado no UOL:
Em 1989, Collor era apenas conhecido como um governador de um Estado do Nordeste –no caso, Alagoas. Era jovem, pregava renovação e ganhou o Palácio do Planalto. Depois, sofreu um processo de impeachment e o país passou por severa crise econômica.
Hoje, Eduardo Campos também é um político nordestino relativamente desconhecido, que governa um Estado da região (Pernambuco) e se apresenta como o jovem que vai renovar a política.
No seu discurso a empresários do Paraná, Lula não fez citações ao tucano Aécio Neves, outro candidato a presidente oposicionista.
No trecho em que fez uma citação indireta a Eduardo Campos, o ex-presidente disse que a atual ocupante do Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, é a única que pode “dar garantia de manutenção de estabilidade no país”.
No seu discurso, Lula disse: “Eu vim escutar”. Foi uma espécie de contraponto à notória aversão de Dilma em ouvir empresários e políticos com frequência. Na prática, essa será a estratégia na campanha: o ex-presidente se apresentar pelo país afora como grande fiador da reeleição de sua apadrinhada política.
Os argumentos de Lula foram sempre no sentido de comparar como está o Brasil hoje e como era em 2002, último governo do PSDB. “Estamos melhor do que estávamos antes”, disse o ex-presidente. Justificou certos gargalos na infraestrutura por causa do aumento da atividade econômica. No início da década passada, os aeroportos recebiam menos de 50 milhões de pessoas durante um ano. Agora, são cerca de 110 milhões ao ano.