Lula demitiu neste sábado (21) o general Júlio César de Arruda do cargo de comandante do Exército. Era o último quatro estrelas remanescente do bolsonarismo na Esplanada dos Ministérios. Ele assumiu o cargo em dezembro, durante o governo de transição. O substituto será o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, comandante militar do Sudeste.
A decisão do presidente foi tomada durante viagem a Roraima, onde Lula está “para oferecer o suporte do governo federal no enfrentamento aos casos de desnutrição em crianças Yanomami”, segundo ele mesmo anunciou em seu perfil de Twitter.
Júlio César Arruda participou na véspera de uma reunião no Palácio do Planalto, com Lula e os comandantes da Marinha e da Aeronáutica. Também estava presente o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Foi o primeiro encontro do presidente com os comandantes das Forças Armadas. Antes, Lula havia cobrado punição para militares envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Na quinta, 19, o agora novo comandante do Exército gravou um vídeo cobrando respeito ao resultado das urnas. Foi a primeira manifestação pró-Lula, entre os militares, após o ato terrorista que tomou Brasília de assalto no último dia 8. O general fez a primeira manifestação pública desde os atos golpistas de 8 de janeiro. Paiva era apontado como o favorito na transição, preferido do PT e ligado aos tucanos.
“Vamos continuar garantindo a nossa democracia, porque a democracia pressupõe liberdade e garantias individuais e públicas. E é o regime do povo, de alternância de poder. É o voto. E, quando a gente vota, tem de respeitar o resultado da urna”, disse o general em eu vídeo.
Nas duas últimas semanas, cresceu o mal-estar entre Lula e Júlio César de Arruda, após o general impedir a entrada de policiais militares do Distrito Federal no acampamento montado em frente ao Quartel General do Exército, depois do ataque terrorista na Praça dos Três Poderes.