No bordel conhecido por política brasileira, as coisas ruins são sempre sucedidas de coisas muito piores. Quem não se lembra de que, no governo que se espatifou como um jato descendo de bico, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) fez (e faz) arapongagem a pedido do ex-presidente que voou pelos ares para proteger o ex-presidente da “mercadoria” que ele mesmo produzia a cada gesto, palavra, live, encontros internacionais ou decretos chancelados?
Nada contra alguém nada saber sobre aquilo a que se propunha. Afinal, de aventureiros, mordomos mudos de prostíbulos, cegos pilotando aeronaves e políticos que só pensam em se dar bem, o Brasil está cheio. O povo também.
Aliás, somente no país que alguns militares insistem em chamar do futuro, o passado tenebroso, macabro, cavernoso, injusto e fantasiado de autoridades inoperantes e caras de pau é cada vez mais presente. E contra eles não são apenas indícios. Os numerosos fatos que jogam por terra quaisquer argumentos criados pelo policial federal que liderava o grupelho maldito. Maior produtor e exportador de proteína animal do mundo, o Brazil (assim mesmo) também é um grande produtor e exportador de fezes políticas, picaretagens e sacanagens das mais insólitas.
Entender como normal um plano de espionagem articulado e estartado no gabinete de um presidente da República é demais para minha santa inteligência.
Pois é assim que os Ramagens e Bolsonaros da vida mundana querem que entendamos a carnavalizada e sádica varredura instaurada pelo expurgável policial que comandou a Abin por quatro arapongantes anos. Agiam (e agem) como abutres desdentados em volta da carniça. Não admitem largar o osso nem por dez mil réis de esclarecimentos contrários.
Em ritmo de carnaval, acreditando que todos os brasileiros são seus palhaços, a equipe dos mentores do diabólico plano investigava a olho nu ministros do Supremo, parlamentares antagônicos e pessoas incomodadas com a improvável volta à ribalta do futuro presidiário.
Esses avaliam a vitória de Donald Trump como certa e acham que, com apoio do espantalho norte-americano, terão mais facilidades com um novo golpe. Erram duas vezes. A sorte do rei de ouro apaniguado do Satanás de rabo só depende de canetadas dos togados dos Estados Unidos. Quanto ao rei tupiniquim de espadas, o azar dele também é um homem de capa preta e supostamente com aquilo roxo.
Por aqui, a canetada do rei de copas está com os dias contados. O xerifão de gorro reluzente tem todos os indicadores que as digitais do líder de coisa alguma estão fincadas nas máquinas adaptadas para o monitoramento ilegal pensado pela milícia digital e instalado dentro do Palácio do Planalto
Cômico não fosse trágico e triste, o retorno da arapongagem não é somente inaceitável. É criminoso, medonho e, depois da descoberta de uma estrutura paralela no órgão, passível de cadeira elétrica de voltagem mínima (de modo que partam serena e lentamente) para os que se mantêm beneficiando a famiglia Bolsonaro.
Grave do ponto de vista da suposição (o que está afastado), temeroso e absurdo é desconhecer que alguns remanescentes da célula xifópaga se mantinham agarrados ao governo declaradamente popular, democrático e voltado para os trabalhadores. Embora estapafúrdia, o atraso na evacuação desses mentecaptos soa claramente como medrosa, na medida em que claramente continuavam chafurdando nos tentáculos da irmã siamesa do SNI, instalada entre os dois lados da barba do atual mandatário. Se escondiam que sabiam, agora o mundo inteiro sabe que já sabem.
Então, mãos à obra. No melhor estilo da Yakuza, da ‘Ndrangheta, Cosa Nostra, Tríade, Camorra e Milícia da Gardênia Azul, todas máfias conhecidas, a súcia da Abin teria investigado 1 mil 800il pessoas, entre elas os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, que deveriam ser vinculados à facção Primeiro comando da Capital (PCC), comandada pelo presidiário Marcos William Herbes Camacho, o Camacho de tantas atrocidades que a bandalha adora. As lideranças, os componentes, a atuação e os objetivos da matilha da Abin são tão evidentes como canalhas.
Além de beneficiar Jair e seus aliados, a motivação da escória era criar falsas narrativas contra quem se enfiasse no tortuoso caminho deles. Sendo assim, guardados os caminhos do devido processo legal, por que não alojá-los onde Camacho já goza de justas férias? Tudo indica que a PF tem provas irrefutáveis de que as ferramentas usadas pela banda podre da Abin no serviço de contrainteligência são ilícitas.
Portanto, ergam a mola e metam os ombros. Agarrem o touro pelos cornos e os novilhos pelos rabos. Evacuá-los ou deixar que evacuem é um dever do Estado. E Lula precisa estar atento para não ser sufocado pela ramagem maldita.
*Armando Cardoso é presidente do Conselho Editorial de Notibras