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Lula precisa arrancar espinhos e acabar patrulha ideológica do PT

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de entrega do relatório final da transição de governo e anúncio de novos ministros.

Nunca antes na história do Brasil exigiu-se, como agora, tanta necessidade de uma concertação ampla, geral e irrestrita. No jargão popular, podemos dizer simplesmente que “tá aí, o que a maioria da população quis”. Ou, recordando Barack Obama, ‘é o cara’. Hoje, porém, no plural. Os caras.

Lula lá de novo, e desta vez numa versão muito mais complexa do que o “Lulinha paz e amor”. O que se vê é um Lula que aprendeu a se curvar para estender (e receber do outro lado) a mão da conciliação. E de quem? Do seu vice Geraldo Alckmin, o ex-tucano que personificou durante décadas o antipetismo.

No que depender dos discursos e declarações de afeto mútuo, os dois têm tudo para tabelarem civilizadamente e marcarem todos os gols que faltaram ao governo que sai, como faltaram à seleção de Tite e Neymar no Catar.

No entanto, por ora, a missão mais difícil dessa dupla é fazer chegar aos futuros comandados, ou seja, àqueles que servirão ao governo, que ao se formar uma coalisão de forças políticas multifacetadas, não há espaço algum para qualquer versão do que já se chamou de patrulhamento ideológico.

A missão é espinhosa, mas rosas brotam justamente em jardins supostamente inacessíveis. Não é momento de veto. A hora é do voto de confiança.

Só assim o governo que está prestes a assumir terá a robustez necessária para exigir e trocar tantos nomes quantos sejam necessários, até que o país passe a convergir para afastar o mal maior da divisão que ainda persiste entre alguns de seus compatriotas.

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