O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil dos governos do PT) afirmou em delação premiada na Polícia Federal que entregou propinas em espécie da empreiteira Odebrecht para o ex-presidente Lula.
Palocci relatou pelo menos dois episódios aos investigadores, um no Terminal da Aeronáutica, em Brasília, e outro no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em que teria entregue dinheiro vivo a Lula em uma caixa de celular e em uma caixa de uísque – misturado a garrafas.
Palocci depôs no dia 13 de abril do ano passado. Este relato do ex-ministro foi anexado nesta quinta, 17, ao inquérito da PF que investiga supostas fraudes na licitação e construção da usina de Belo Monte.
Segundo Palocci, os repasses a Lula teriam ocorrido em 2012. O ex-ministro relatou uma conversa que teria tido com Marcelo Odebrecht na qual o empresário acertou o repasse de R$ 15 milhões para o ex-presidente depois que a empreiteira entrou no negócio de Belo Monte.
Em um dos depoimentos, Palocci sinalizou que a ex-presidente Dilma Rousseff, em diferentes situações, implicou Lula na Lava Jato. Dilma queria romper o corão umbilical que tinha preso ao seu mentor, e uma das maneiras de mostrar independência, seria, conforme Palocci, enfraquecer Lula.