Bastaram 100 dias de governo para que Luiz Inácio Lula da Silva devolvesse o Brasil à mesa de reuniões dos países mais ricos do planeta. E esse gesto poderia ter aco9ntecido há mais tempo, não fosse uma incômoda broncopneumonia a abater o presidente, obrigado a adiar a viagem anteriormente programada para o final de março.
Acompanhado por uma comitiva de 40 autoridades, entre ministros de Estado, governadores, senadores, deputados e empresários, ele está a caminho de Pequim, onde se reunirá na quarta, 12, com o líder chinês, Xi Jinping. Na oportunidade, deverão ser assinados cerca de 20 acordos bilaterais, com destaque para a construção do CBERS-6, o sexto satélite construído em parceria com a China. Mesmo com nuvens, o equipamento permite o monitoramento de biomas como a Floresta Amazônica.
Na véspera do embarque, o presidente participou do programa radiofônico Voz do Brasil, ocasião em que reafirmou o desejo de consolidar a relação com o país asiático. “Vou convidar o Xi Jinping para vir ao Brasil para uma reunião bilateral. Quero que ele conheça o Brasil e os projetos que possam interessar a investidores chineses”. Na entrevista à estatal EBC, Lula adiantou que a ideia não é os chineses comprarem coisas do Brasil. “O que nós queremos é construir parcerias. Queremos sociedade, de modo que eles possam investir em projetos brasileiros”.
Durante a visita à China, o presidente do Brasil também assinará um acordo com o maior grupo de imprensa estatal da Ásia. O acordo será assinado entre a Secretaria de Relações Institucionais do governo brasileiro e o Grupo de Mídia conhecido pela sigla CMG, que inclui empresas como a Central China Television e a China National Radio. Principal parceiro comercial do Brasil desde 2009, ano passado a China importou mais US$ 89,7 bilhões em produtos brasileiros, especialmente soja e minérios. No mesmo período, exportou quase US$ 60,7 bilhões para o mercado nacional. Esta será a terceira visita de Estado de Lula à China.