Em disputa política – de síndico de aglomerado de cafofo na Rocinha a presidente da República -, vale tudo, inclusive chute abaixo do baixo ventre. Há quem faça inclusive sacanagem de prostíbulo, onde um orgasmo, para desespero da mulher que custava banana em fim de feira, vale um real.
Na guerra travada em outubro pelo Palácio do Planalto, pipocaram manobras dos dois lados. Algumas sujas, cheirando a alfafa estragada consumida pelo gado; outras hilárias, como a de petistas e lulistas de outras legendas de oposição, que desejavam tirar as rédeas das mãos do presidente fujão.
A estratégia era simples. Congestionar a conta da campanha bolsonarista com milhares de Pix de valores que variavam de 0,01 centavo a 1 real. Os objetivos eram dois, a saber: 1) enlouquecer a cabeça do contador-chefe, na hora e tabular tantas remessas insignificantes na prestação de contas ao TSE; e, 2) contribuir para o flagrante na hora de Bolsonaro, agindo como pedófilo, tentar (o que parece não ter havido) ‘esquentar o clima’ com adolescentes da periferia de Brasília.
O primeiro objetivo, uma tática elaborada por diferentes carreiras de agentes públicos que se opunham à continuidade de um governo fascista no Brasil, apresentou o resultado esperado. Tanto, que o valores continuam sendo somados para, por meio de relatório, serem encaminhados ao Tribunal Superior Eleitoral, que analisa a prestação de contas da campanha eleitoral.
Desse grupo de agentes públicos, juristas e delegados entenderam que o segundo aspecto poderia ser visto como antiético, capaz de abalar os valores morais de uma pessoa. Mas foram voto vencido. E como na democracia a maioria manda, todos concordaram em aderir à campana do PIx. Afinal, o próprio presidente, em passagem com sua motoca por São Sebastião, região de classe B e C distante 30 quilômetros do Alvorada, já havia mandado a ética para o beleléu, ao declarar publicamente ter sentido ‘um clima’ ao ver crianças venezuelanas, bonitinhas, com batom nos lábios e olhos sombreados, como se fossem GP.
Decidiu-se, então, pela campanha do Pix. E haja transações de 0,01 centavo e 1 real. Na pior das hipóteses, ao menos estaria garantido o Viagra, porque o que o governo comprou, com verba destinada às vacinas contra a Covid, era destinado apenas a oficiais superiores da ativa das Forças Armadas. Portanto, o capitão, já sem farda, teria que tirar do próprio bolso dinheiro para ter acesso ao azulzinho que estimularia uma desacreditada ereção na eventualidade de o ‘pintou um clima’ avançar. Suspeita-se que o dinheiro tenha saído da verba da campanha, com carimbo de analgésico, uma vez que eram muitas as dores de cabeça que, à época, já atormentavam o fujão.
As doações estão registradas no site do Tribunal Superior Eleitoral em dezenas de páginas. Queiram ou não os desafetos de Lula e o gado bolsonarista, a brincadeira valeu a pena. A verdade é tão cristalina, que até hoje, quando se discute um nome para ocupar a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal ao final da intervenção federal, haja quem, lembrando-se da sacanagem do Pix feita contra o golpista com cores maquiavélicas, tenha momentos verdadeiramente orgásticos.
Mas teve, também, uma brochada geral na turma dos imbrocháveis: muitos bolsonaristas fizeram doações de milhares, milhões de reais. E abriram o caminho para uma investigação, já em curso, sobre lavagem de dinheiro. Desta vez, o lençol sujo não vai pagar a conta.