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‘Luz’ da Nasa traz à tona realidade do lado escuro da Lua

Aninhada nos recintos montanhosos do pólo sul lunar encontra-se a cicatriz desgastada pelo tempo conhecida como Cratera Shackleton, mantendo temperaturas abaixo de -173 °C. Devido ao ângulo de inclinação da Lua, apenas as cristas e picos elevados desta região recebem a iluminação do Sol.

Uma parte significativa desta extensão permanece envolta em sombras, formando o que os especialistas chamam de “armadilhas frias” – potenciais santuários onde a água ou o gelo podem permanecer escondidos da exposição direta do Sol e escapar ao escrutínio de astrónomos curiosos.

Com hábil precisão, a Nasa fundiu engenhosamente imagens de duas câmaras separadas para revelar uma representação impecável da Cratera Shackleton, envolta em escuridão durante eras, agora revelada em todo o seu esplendor.

Astrônomos chineses pretendem enviar uma sonda aérea compacta para a cratera para extrair evidências de água gelada lunar daqui a três anos. Enquanto isso, a Nasa emprega aparelhos especializados de “visão noturna” para vasculhar a escuridão perene.

Com uma sensibilidade à luz em áreas sombreadas que excede outras câmeras lunares em mais de 200 vezes, a ShadowCam é uma maravilha tecnológica. Ela consegue esse feito aproveitando o “brilho da terra” – os reflexos de luz do nosso planeta iluminando a superfície lunar.

Além disso, a câmera aproveita a luz solar refletida nas montanhas e cumes lunares. A equipe ShadowCam implementou um método inovador de mosaico de imagens para corrigir esse problema.

Ao trocar as regiões supersaturadas e iluminadas pelo sol registradas pela ShadowCam com imagens provenientes de outras câmeras lunares em órbita, surge um nível de detalhe que é simplesmente de tirar o fôlego, proporcionando uma experiência visual diferente de qualquer outra.

“Com cada câmera otimizada para condições específicas de iluminação encontradas perto dos pólos lunares, os analistas podem combinar imagens de ambos os instrumentos para criar um mapa visual abrangente do terreno e das características geológicas das partes mais brilhantes e mais escuras da Lua”, expressou a Nasa.

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