Notibras

Luzia Couto tem histórias que juntas comporiam uma verdadeira enciclopédia

 

— Luzia Couto.

— Hum.

— Conhece, né?

— Sim.

— Então?

— Luzia Couto.

— Condé, cê tá bem?

— Estou pensando, Ceci. Fica fria, guria.

Foi algo desse tipo que rolou quando a Ceci… Melhor explicar. Assim que a Cecília Baumann me apresentou algumas curiosidades sobre a poeta e escritora Luzia Couto, fiquei buscando algo para iniciar a preparação do texto sobre ela para O Lado B da Literatura.

Parece que a Luzia sempre andou com a mente na lua. Vou explicar.

Aos dez anos, a então pequenina Luzia foi buscar leite no curral, pois o pai havia pedido. Só que a garota foi pro pé de manga e ficou um tempão por lá. Resultado: ficou cheia de fiapo de manga nos dentes e acabou tomando aquela surra, pois se esqueceu de levar o leite.

Mas não pense que a nossa escritora bucólica parou por aí. Um tiquinho maior, quando já era adolescente, foi à cidade comprar açúcar. Acabou gastando todo dinheiro com outras coisas e nada de açúcar. Não apanhou, mas teve que retornar à cidade, que ficava a cinco quilômetros, para adocicar a vida da família.

Ei, mas a vida da nossa escritora dos finais felizes não é só esquecimentos. Já adulta, foi à praia e, como todo mineiro, não era muito de adentrar no mar. Tomou um pouco de coragem e tchibum, foi aquele desastre. Deu de cara com uma onda, que a derrubou e a fez rolar. O biquíni encheu de areia e a parte de baixo foi parar no joelho. Imaginou a cena?

A nossa querida Luzia parece que gosta de desafios. Outra vez, lá foi a nossa escritora fazer uma leitura na missa, quando as pernas começaram a tremer tanto, que não se equilibraram. Será que ela caiu? Fica a dúvida.

Luzia também já foi puxada por um peixe para dentro d’água, quando foi pescar. Sem contar a vez que virou contadora de história. Nesses eventos, ela costuma doar livros infantis, só que um dos meninos queria todos os livros para fazer avião colorido.

Luzia Couto tem uma gata ou, então, a gata tem a Luzia Couto. Um dia a nossa poeta estava arrumando a mala para viajar, mas a felina entrou na bolsa e não queria sair. A nossa amiga quase desistiu da viagem.

Quero deixar a minha admiração pela poeta e escritora Luzia Couto. Não apenas pelas histórias encaminhadas, mas principalmente por permitir que os leitores possam conhecê-la melhor.

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Cassiano Condé, 81, gaúcho, deixou de teclar reportagens nas redações por onde passou. Agora finca os pés nas areias da Praia do Cassino, em Rio Grande, onde extrai pérolas que se transformam em crônicas.

 

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