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Folhas em branco

Lyssa Holmes e o mistério do sumiço dos bichos na aula

Publicado

Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Pretta Abreu

Lyssa! Incomum? Sim, é verdade, mas bem que o nome daquela menina combinava com seu jeito peculiar de enxergar o mundo ao seu redor. Uma verdadeira detetive, seja por conta do DNA herdado de algum antepassado curioso, seja por causa das diversas histórias de mistério que o avô adorava lhe contar.

Seis anos! Pouca idade? Talvez, mas nada que a impedisse de vasculhar por pistas para resolver os casos, que lhe surgiam como piolhos na cabeça de gente miúda. Sangue doce, alguns costumam dizer.

Os coleguinhas da escola, assim que algo sumia, já sabiam a quem procurar. De tão confiantes com os ótimos serviços prestados pela Lyssa, esta era tratada a pão de ló. No entanto, naquele dia, algo mais urgente que lápis, borrachas ou lanches perdidos havia sumido.

Acreditem, pois o caso era realmente sério! Tanto é que foi a própria Maricota, a professora, que veio pedir socorro para a Lyssa. Isso mesmo que você ouviu! A professora! Mas voltemos alguns instantes antes disso acontecer.

Pois bem, lá estava a professora Maricota com um pacote cheio de folhas com desenhos de animais para que os alunos pudessem pintar. Ela distribuiu as folhas para os alunos, mas algo aconteceu. Não pense você que é mentira, mas todos os desenhos haviam desaparecido. Que mistério!

– Lyssa, não entendo! Eu imprimi tudinho ontem.

– Hum. E conferiu, professora?

– Sim! Lá estavam o tatu, a coruja, o macaco, a onça-pintada e até o jacaré.

– Hum. Estranho, mas posso pegar o caso.

A professora apertou a mão da detetive, que, sem perder tempo, já retirou a lupa do bolso. Afinal, uma boa profissional precisa estar sempre preparada para o inesperado, que, vez ou outra, cisma em acontecer quando menos se espera. E não é que aconteceu de novo?

A detetive pegou as folhas e as examinou uma a uma, sem deixar passar um centímetro quadrado sequer. Isso porque as pistas costumam se esconder nas minúcias, lição mais que aprendida após ter resolvido diversos casos. Que fosse um cisco, uma migalha, um risco ou um traço, aquilo poderia levar à solução do mistério.

A pequena Lyssa, após olhar com aqueles olhos de lince cada pedacinho daqueles papéis, encarou a professora. Esta, ansiosa por uma solução, não se conteve.

– Então? O que aconteceu com aquele monte de desenhos?

– Preciso ver a impressora que a senhora usou.

Alguns minutos depois, lá estavam a professora e todos os alunos na sala da direção, onde se encontrava uma grande máquina de impressão. Lyssa, com sua providencial lupa à mão, observou toda aquela enorme estrutura que tem a função de fazer impressões atrás de impressões.

A detetive pegou uma cadeira para alcançar o local onde era colocado o molde para tantas cópias. Repousou a palma da mão sobre o vidro, ao mesmo tempo em que acionou o botão para impressão. A máquina estava funcionando, como provou a cópia da pequena mão da garota no papel que saiu na bandeja ao lado.

Lyssa pensou, pensou, pensou. Ela sabia que o problema não estava na impressora, que, como provado, funcionava perfeitamente. Enquanto isso, todos a observavam, certos de que ela seria capaz de resolver aquele mistério.

Inteligente como ela só, Lyssa, com ajuda da sua lupa da sorte, vasculhou toda a sala e, finalmente, pareceu resolver o mistério. Eureka!

– Professora, por acaso a senhora esteve aqui hoje antes de ir para a sala de aula?

– Sim, Lyssa. Precisava pegar o pacote com os desenhos.

– Mais um caso solucionado, professora!

– Como assim?

– A senhora se confundiu ao pegar o pacote. Eis o que está com as folhas impressas.

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