A atriz Maitê Proença participou de uma conversa com Ronnie Von no Todo Seu da última quinta-feira, 15, e falou sobre suas visões a respeito do feminismo, um dos temas que conta fazer parte da peça A Mulher de Bath, que interpreta atualmente no teatro.
“Há temas que são atemporais, sobrevivem às épocas. Se o feminismo tá ressurgindo agora, é porque esse tema é antigo, desde que inventaram que Eva danou a humanidade”, iniciou.
Em seguida, cobrou uma maior presença feminina em cargos de destaque: “Mulheres e homens não são iguais em seu proceder. Por isso que, talvez, um mundo com mais mulheres em posição de comando seria um mundo mais possível. Porque há um desequilíbrio muito grande. Não é que só precisa ter mulheres em posições de comando. A capacidade de ver de forma mais abrangente, de ver as consequências das coisas, de conciliar.”
“Os homens inventaram o duelo! As mulheres jamais inventariam o duelo, a mulher ia dar um jeito: ‘Vem cá, conversar, a gente não precisa se matar’. […] As mulheres odeiam as guerras, porque a gente sabe que nas guerras a gente perde os maridos e os filhos”, prosseguiu.
Em determinado momento, Ronnie comentou: “Segura o porrete pra você não me bater com força. A nossa sociedade, machista, latino-americana, é de certa forma também matriarcal. As mulheres criam os seus filhos para serem machinhos. Tá errado.”
“Concordo plenamente. Acho que a gente tem culpa absoluta, porque elas são omissas e condescendentes com os meninos. Mantêm as meninas dentro de casa, os meninos vão pra rua, você pode tudo, você é isso, é aquilo, a culpa é da mãe, também. Do pai e da mãe. É culpa nossa”, respondeu Maitê.