O presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou nesta segunda-feira um plano de cortes dentro da estrutura do Estado que inclui a redução de 1 mil postos de trabalho, o congelamento do salários de servidores da alta hierarquia e a demissão de familiares de ministros com cargos no governo.
A medida implicará em uma economia para os cofres públicos de 1,5 bilhão de pesos (US$ 75 milhões), justamente em um momento a popularidade do presidente se desgasta à medida que sobem os preços dos combustíveis, de transportes e de serviços públicos.
“Se os argentinos têm de economizar, nós que somos parte da política temos de redobrar o esforço e dar o exemplo”, afirmou o presidente, durante anúncio na Casa Rosada.
O primeiro anúncio consiste na redução de 25% da estrutura hierárquica da administração pública nacional, que inclui 20 ministérios, secretarias e subsecretarias de Estado, direções de estatais e outros organismos. Segundo o ministro de Modernização, Andrés Ibarra, alguns servidores serão realocados em outras dependências, e outros serão demitidos.
Por outro lado, os funcionários de maior hierarquia – ministros, secretários e subsecretários – não terão aumento de salários este ano, apesar de haver lei que garanta ganho porcentual para estes funcionários.
Em uma resolução mais política que econômica, Macri disse também que firmará um decreto pelo qual nenhum ministro poderá ter familiares designados na administração pública. Com esta decisão, ele busca amortizar o impacto negativo que teve para o governo do escândalo que envolveu o ministro do Trabalho, Jorge Triaca, após a difusão de um áudio no qual o funcionário insultou e despediu sua empregada doméstica, que não estava registrada ante o fisco.
Triaca tem também sua esposa, duas irmãs e um cunhado ocupando postos em distintas dependências do Estado.
“Sei que com esta medida vamos perder colaboradores muito valiosos da equipe e isso me dá muita pena, porém sempre dissemos que queríamos fazer um país mais transparente”, afirmou Macri.