O governo francês decidiu recuar do reajuste do imposto sobre combustíveis previsto para 1º de janeiro, em uma tentativa de apaziguar os ânimos e evitar novos protestos dos “coletes amarelos”, informam os sites dos jornais “Le Monde” e “Le Figaro”.
No último fim de semana, 136 mil pessoas saíram às ruas de todo o país para protestar contra o aumento dos impostos sobre os combustíveis e a queda no poder aquisitivo dos franceses.
No sábado (1º), o confronto dos manifestantes com a polícia na Avenida Champs-Elysées, em Paris, terminou com 130 feridos e mais de 400 detidos.
Os “coletes amarelos” continuaram suas ações na segunda (3) em diversos pontos do país com bloqueios de rodovias, estradas e acessos a complexos petrolíferos.
O presidente Emmanuel Macron avalia a possibilidade de decretar estado de emergência após o pior período de tumultos em anos. Mas, na segunda-feira (3), o secretário de Estado do Interior, Laurent Nuñez, afirmou que o decreto não estava na ordem do dia.
O movimento que tem como símbolo o “colete amarelo”, que é item obrigatório para os veículos franceses, começou em 17 de novembro. A mobilização se espalhou rapidamente pelas redes sociais e os protestos atingiram grandes cidades francesas causando grandes danos nos últimos três finais de semana.
Ele conta com o apoio de dois em cada três franceses e uma petição “por uma redução nos preços do combustível” que superou o milhão de assinaturas.
O primeiro dia nacional de protesto mobilizou 282.000 pessoas, o segunda cerca de 106 mil (8 mil em Paris) e 136 mil no último fim de semana.
Desconcertado, o governo não consegue dialogar com representantes do movimento, que nasceu nas redes sociais, desvinculado de qualquer comando político ou sindical.
Os anúncios feitos pelo presidente Macron – um dispositivo para limitar o impacto dos impostos sobre o combustível, assim como um “grande diálogo” – não convenceram e o clima de tensão prossegue.